Foto de Daniel Filipe Rodrigues




 
O princípio ou o último dia? 

Os domingos ___ ah os domingos! 
como um banho em água adiada
já tépida 
como as pétalas de uma flor murcha
caídas sobre a mesa
como a chuva sonora com o vento
a lavar os vidros da janela
como a louça do dia simples
empilhada na cozinha
como Frank numa balada
ao princípio da noite do domingo eterno

e o telefone morto por dentro
e por fora

Como é difícil levar-me sozinho no sonho 
por aqui fora
até ao próximo domingo.



 



 

18 comentários:

  1. Não te adivinho neura
    mas apenas solidão
    que teu poente
    com esse sol a ir embora
    não engana.

    "Como é difícil levar-me sozinho no sonho"?
    Se sentes severo tal sentimento
    liga-me. Segredar-te-ei uma ajuda
    que, comigo, resulta

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    1. A poesia vai exercendo uma influência positiva, agradeço a oferta da receita, vou tentando as minhas técnicas.

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  2. O sol tem aparecido com uma roupa diferente nos últimos tempos

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  3. Gosto da ideia do domingo eterno. Se tiver sol é muito mais bonito e ouvir o Frank Sinatra é uma boa opção...
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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    1. Os domingos, para certas pessoas, são um dia triste e difícil de cumprir.
      Sinatra ajuda... ou não.
      Obrigado, um abraço.

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  4. Domingo de descanso, aunque hoy disfrutamos de una hora menos, por el cambio de hora que se ha llevado a cabo.

    Besos

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  5. Tocou-me profundamente, esta sua arrastada e penosa viagem entre um e outro domingo, L.

    No entanto, pesa-me sobretudo ter de ser transportada entre espaços da vida real, que no sonho nunca, nunca estou só, ainda que esteja isolada entre quatro paredes.

    Forte abraço!

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    1. A sua primeira frase ilustra muito bem a ideia. Os sonhos, muitas vezes, realçam os nossos traumas.
      Um abraço

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  6. Fixo-me na foto maravilhosa e voo até à minha terra e pergunto aos meus deuses o que devo dizer a este senhor, sobre estas palavras, música e um título tão, mas tão tristes e ou em baixo. Serenei e obtive uma tremenda resposta:
    Pega nos exemplos que dás de uma tragédia anunciada enche um copo com a água e pétalas, encharca o telefone com a água da chuva e põe num prato e atira ao chão com toda a raiva. Depois acompanha-te com a vassoura e esfregona - duas fiéis amigas e limpa tudo mas não com esta música do Frank, escolhe outra mais animada e verás que sem dares por isso tudo te passa porque cansado terás melhorias anímicas. Á e não te esqueças de ir pôr tudo no lixo:))))
    Com todo o meu respeito termino que compreendo mas precisas de um qualquer abanão e podes chamar-me o que quiseres:))
    Um sincero e respeitador abraço

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    1. Achei muitíssima graça a todo o enunciado da solução, achei possível menos encharcar o telefone com a água da chuva... lá ia eu entrar em despesas e perder tudo o que estava dentro dele. É muito engraçado chamar "fiéis amigas" à vassoura e à esfregona. Será porque lhe poderemos contar tudo e elas não falam?
      Muito Obrigado pelo completo comentário.
      Também um abraço com os meus respeitos

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    2. ÁÁÁ bom então o telefone afinal está vivo:))) e sim a esfregona e a vassoura não falam porque não são "cuscas" mas ouvem tudo que lhes dizemos e guardam segredo:)) e já agora o meu aspirador é um velho indomável e tramado em termos de barulho e ponho-o muitas vezes no castigo:))
      Obrigado por teres ficado uns segundos mais animado:)

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  7. Aparentemente, o título do texto pode não ter nada a ver com o conteúdo, mas para mim teve.
    Seria o Domingo, o primeiro dia da criação do mundo ou o último?
    Aprendemos que Deus descansou ao sétimo dia, mas quem sabe se na vida de cada um de nós, o domingo não é um dia de solidão ao invés de ser de descanso? Para aqueles que há muito deixaram para trás a vida activa, todos os dias poderão ser os tais domingos eternos que o autor refere.
    Felizmente, continuo a trabalhar. Horário flexível, até porque eu é que sei das minhas responsabilidades... :)

    Venha então a segunda-feira, com um texto alegre, bem acompanhado e que nos traga boa e alegre companhia.
    Abraço.

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    1. Um comentário que é uma completa interpretação do texto, cobrindo todas as hipóteses e todas interessantes e possíveis. O autor não vai mais longe para não quebrar os olhares interessados dos leitores e as suas próprias interpretações.
      Venha então a segunda-feira.
      Um abraço.

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  8. Gosto muito da foto. Já o poema parece um doloroso grito de solidão. Cuidado poeta, a solidão é lixada. Ela mata mais do que qualquer doença conhecida. E não sei explicar porquê, mas houve uma certa época da minha vida, em que vivi uns meses com ela. E era exatamente nos domingos que ela mais me atormentava.
    Abraço, saúde e boa semana

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    1. O texto bate certo com a sua própria experiência. É como diz, os domingos são um dia difícil.
      Saúde também para si, um abraço.

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