Foto do autor do texto
Mesmo que não venhas
Um poema contínuo
é a possibilidade de a poesia
não abandonar a nossa boca
é colher constantemente
as palavras dos outros
É tão fácil dizer
poesia
como dizer
amor
Um poema contínuo
também existe mesmo na espera
de alguém que sabemos
que talvez não venha
mas a mesa está posta
o vinho e as flores não faltam
à ilusão do momento poético
pode ser que venhas
se não vieres apesar de tudo
conhecerei melhor o amor
porque é na falta dele
que estarei mais sereno
e não sentirei prisioneiras
as minhas ideias sobre o amor
É na ausência do amor
que aprendo e desejo dizer
amo-te
e assim será se afinal chegares
é na ausência do amor
que cresce a minha coragem
A mesa está posta
e as flores não faltam à ilusão
um poema contínuo
estará saudoso na minha boca
digamos que mesmo que não venhas
o amor é um sentimento
que conhece a eternidade
e não faltará decerto amor
mesmo que não venhas.
Acho que dizer amor é mais fácil que dizer poesia.
ResponderEliminarÉ mais concreto
🙂
Sim, é mais concreto quando existe.
EliminarUm poema contínuo
ResponderEliminartambém existe mesmo na espera
de alguém que sabemos
que temos a certeza
que não venha
mas teimosamente
pomos a mesa
e as flores não faltarão
à ilusão
e na boca, ainda o sabor
do que foi a palavra amor
O teu comentário adaptou o fim de uma forma adequada que entendi.
EliminarA vida e tudo que ela nos dá e tira para mim é, foi e será sempre um "poema contínuo" e a verbalização de sentimentos versus emoções nunca deve ser esquecida porque na "espera de alguém ou do quer que seja" ficamos presos no "mesmo que não venhas". Teria mais a dizer mas fico por aqui.
ResponderEliminarA foto dá-me a sensação ser o sol a bater num toldo ou cortina junto de um sofá ou cadeirão onde os poetas e escritores se inspiram.
Gostei deste teu quebra-cabeças que li e reli várias vezes com o ensinamento do meu professor de Literatura...ler de cima para baixo e de baixo para cima e o que escrevi foi o que senti.
Beijos e um bom dia
Muito obrigado. Interessante o teu comentário com a tua reflexão a partir da publicação de hoje. Valorizemos a vida, é o que concluo do que dizes.
EliminarBom Dia, um abraço.
Fiquei fascinada, tanto pela imagem quanto pelo texto poético...
ResponderEliminarSei que as asas dos quirópteros não se desdobram em tantas pregas, mas não consigo acreditar que não haja uma asa de quiróptero no canto superior esquerdo da fotografia.
Há pessoas que amam continuamente, ininterruptamente, tal como há livros inteiros que podem ser considerados pelos críticos como poemas únicos. Assim aconteceu com o Sete Luas - creio que foi esse - do meu avô poeta, segundo João Gaspar Simões.
Um grande abraço, L.
Agradeço o elogio que, vindo de si, que tão competente é nesta arte da escrita, valorizo muito.
EliminarNão é a asa de um quiróptero, a foto é em minha casa e um bicho desses não podia ter entrado.
O seu talento já vem de longe.
Um abraço também.
Que se fale de Amor.
ResponderEliminarMesmo quer ele não esteja presente no coração de todos os seres viventes,
é muito gratificante que se faça uma pausa nas "coisas" tristes e degradantes.
Linda e algo enigmática a imagem, bem como o poema contínuo.
Gostei de ambos.
Um abraço
Um comentário que registo e tomo em conta pela mensagem de pacificação.
EliminarSatisfaz-me que tenha sido do seu agrado.
Um abraço.
Um poema de esperança e amor.
ResponderEliminarTão belo isto!
Gostei deveras.
Bom Fim-se-semana com saúde.
Um beijo
:)
Muito obrigado pelas suas palavras.
EliminarSaúde, um abraço.