Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Aquela casa
A casa amarela
a maravilhosa casa amarela
ou dourada ___ talvez
ainda me lembro das trombetas
e dos fogos coloridos e tu a acenares
a minha única visão
nos limites da minha compreensão
e a casa amarela
ainda no seu lugar de sempre
envelhecida mas na sua cor original
como um sol de Setembro
a cair ao fim do dia
e o tempo a dar-lhe ___ forte ___
como se o amarelo pudesse ser
ignorado ___ mesmo pelo tempo
deixei os meus livros e os meus papéis
na fúria da fuga ___ insensata fuga
tenho a chave da casa amarela
mas já não há porta
ainda assim vou guardá-la.
A CASA COR TERRA-SENA
ResponderEliminarA casa da minha vida
Antes apenas caiada
Depois
de barro apanhado
em Chão Duro
e transportado
à quintinha da minha vida
deu mistura
cal e barro
e as paredes ainda povoam a minha memória
Fechadura?
Não havia!
Então também memórias de uma casa, cada uma com a sua cor.
EliminarA casa amarela do nosso crescimento
ResponderEliminarCada crescimento com a sua cor.
EliminarHá sempre uma casa que fica na nossa memória pelos bons ou maus momentos que nela vivemos.
ResponderEliminarAbraço e saúde
É verdade, há sempre um lugar onde deixámos um pouco da nossa vida.
EliminarSaúde, um abraço.
Vou sentar-me um bocadinho na soleira da porta a contemplar a sua casa amarela, com sua licença, L.
ResponderEliminarTenho três casas maternas gravadas na memória. Solidamente. Trago-as sempre comigo, com papéis, livros, chaves e tudo.
Pronto, li e reli a memória da sua casa amarela e parto agora, ainda um pouco cansada e dorida, mas mais reconfortada.
Forte abraço!
Para o autor também é um conforto essa identificação com o texto, memórias que, afinal, todos temos e que por vezes afloram.
EliminarUm abraço.
As traves da casa amarela são tipicamente alemãs.
ResponderEliminarAdiante …
Gostei muito da aguarela e do poema.
Uma casa amarela será sempre amarela em qualquer lugar do mundo. As memórias não têm nacionalidade.
EliminarEu não me refiro à cor amarela, mas às traves pretas que não são tipicamente portuguesas.
EliminarEstou de acordo.
EliminarLe case dove siamo cresciuti si stagliano nei nostri ricordi e nel nostro cuore. In quelle case ancora si muove un pezzo di della nostra vita. Bella poesia!!
ResponderEliminarIn ogni casa in cui abitiamo restano i nostri suoni, le nostre parole. Un abbraccio.
EliminarBonitas palavras ! A foto e a aguarelas também gostei bastante.
ResponderEliminarGosto da sua visita, muito obrigado.
EliminarTambém tenho casas que fazem parte das minhas mais ternas e valiosas memórias antigas.
ResponderEliminarGostei muito da que descreve neste belo texto. Chamou-lhe amarela por ser a cor da casa desta foto, mas todos sabemos que as cores das casas que nos enchem o coração de ternas recordações, têm a cor já desvanecida, embora a cor das minhas sejam sempre imaculadamente brancas.
Também gostei do 'reforço' da aguarela para dar mais ênfase ao amarelo da porta que já não existe senão na sua memória.
Escrever sobre tudo parece tão fácil para si, Luís. É como se as palavras estivessem por aí, algures, esperando que o autor as colha e publique. Não é fácil, escrever diariamente sem nunca repetir um tema... :)
Parabéns!
Um abraço
Inspirado no que diz um certo fado digo "escreverei até que os dedos me doam". Não sei até quando serei capaz de manter esta assiduidade mas... preciso dela. Agradeço reconhecido o acompanhamento que os meus leitores fazem do que aqui deixo. Um testemunho que ficará e que partilho com todos que o queiram.
EliminarUm abraço.
Recordo muito agrado a casa dos meus pais, onde nasci, cresci, casei e ironicamente era amarela e antes de partir fui ver os estragos da guerra e embora danificada os meu pais ficaram. De resto nem quero falar!
ResponderEliminarA foto impressiona-me e não sei dizer-te por palavras o que senti.
Beijos e uma boa noite
As mensagens que algumas publicações eventualmente contenham podem tocar a sensibilidade de alguns leitores. Todos temos em nós marcas de vida.
EliminarUm abraço.