Foto de Bartolomeu Rodrigues
Viveremos como respiramos
-O que é que nos une?
Perguntei-te
=O disfarce do tempo.
Disseste
-E os beijos, as nossas bocas
o que dizem?
=Os beijos são os intervalos
do desamor.
-E as palavras
porque nos ferem?
=Porque as conhecemos todas
e as queremos fora de nós.
-E o que foi feito dos primeiros dias,
do diálogo das mãos?
=Esses dias nunca existiram
como os lembramos
e as mãos já têm manchas.
-Como resistiremos?
=Resistiremos para sempre
apenas com a nossa pele
porque já estamos mortos
para o amor.
-E como viveremos
se já estamos mortos?
Perguntei-te
=Viveremos
por detrás das palavras
por detrás dos beijos
por detrás da pele
em ciclos ___ como respiramos
inspirando ___ expirando
e na nossa destruição
encontraremos a sensualidade.
Disseste.
Escrito de uma beleza suave, embora comovente.
ResponderEliminarFicção e verdade juntas num final extremamente viciante.
Nunca tinha pensado que encontramos a sensualidade na nossa destruição.
Ao ver a fotografia lindíssima soube logo quem era o autor.
É compensador que alguém aprecie o que produzimos e que se deixe tocar pelas palavras.
EliminarSinais matemáticos em poesia
ResponderEliminarUma nova experiência
Para tornar mais fácil a leitura.
EliminarUm poema e uma imagem que também me tocaram profundamente... por instantes tive a sensação de estar a receber instruções para sobreviver ao que vem depois da morte...
ResponderEliminarForte abraço, L.
Achei muito interessante a sua interpretação, olhei o texto com outro olhar. Obrigado.
EliminarUm abraço.
Encantador e tocante diálogo poético.
ResponderEliminarInspiradíssimo, Luis.
Beijo.
Muito obrigado.
EliminarUm abraço.
Me encanta la foto ^^
ResponderEliminarSaludo tu visita y este es tu primer comentario. Un abrazo.
EliminarBoa tarde
ResponderEliminarMais um poema que é quase um monólogo, entre o princípio e o fim da vida.
Muito tocante.
A foto escolhida está em sincronismo.
Dia Feliz com saúde.
Um beijo
:)
Bem observado, uma outra interpretação também válida.
EliminarObrigado.
Um abraço.
Na vida quando se morre para o amor descamba tudo e a relação torna-se impossível ou não porque há muita gente que continua amiga ou não, mas vivem por "detrás dos três" que referes, fingindo a situação destrutiva e jamais encontram a sensualidade. Jasusss me acuda!
ResponderEliminarJá agora para mim, depois da morte física não existirá nada mais.
Comparo este poema tão enigmático tal e qual o corredor sufocante da foto sem qualquer escapatória mas talvez o enigma e ou resolução esteja atrás da porta ao fundo. Gostei imenso da foto mas acho que sufocaria:))
Abraços e uma boa tarde
Mais um comentário com uma nota de humor que aprecio. O seu entendimento da situação que o texto revela é interessante.
EliminarMuito Obrigado.
Um abraço.
Gostei do poema e da foto apesar de não me julgar capaz de entrar em tal túnel por medo de sufocar.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Ninguém gosta de entrar num espaço destes.
EliminarSaúde, um abraço.
Estou fascinada pela foto do Bartolomeu.
ResponderEliminarO mais jovem fotógrafo da família, deve ter andado a passear pelas Galerias subterrâneas de Lisboa.
Essa árvore desenhada ali no lado esquerdo fica lindíssima se ampliarmos a foto.
Creio que, apesar do bem elaborado jogo de palavras, que compõem hoje o poema, a fotografia e a sua qualidade estética, reuniram mais admiradores.
Eu sou uma.
"Crime - disse ela" :)
Boa noite.
Um abraço.
Também gosto da foto. Junto-me ao grupo de admiradores da imagem.
EliminarObrigado.,um abraço.