O que é real
A realidade é
um homem a tentar beber
toda a água de um rio
uma mulher voando
e a quem chamam bruxa
uma criança a dormir
com a barba a crescer
uma caixa de fósforos
vazia no chão do deserto
a fotografia de um trisavô
a falar baixinho
a palavra amor balbuciada
para uma cadeira vazia
A realidade é
não acreditarem
no que é a realidade
A realidade é
um prato de sopa
no inferno da guerra
e ao som do ribombar
da primeira bomba
alguém gritar
Temos o caldo entornado!
Temos realmente o caldo entornado, se falhar o bom-senso.
ResponderEliminarEu temo uma Terceira Guerra Mundial … a aguarela expressa exatamente esse meu MEDO.
Tenhamos calma e lucidez, todos temos medo incluíndo os decisores.
EliminarEmbora calma e lúcida mantenho o meu espírito crítico e o meu sentido da realidade.
EliminarSim, não contando com a vertigem do FCP.
EliminarUma vertigem azul 💙 e passageira.
EliminarGosto muitíssimo de poetas com sentido de humor!!
O real revolta se contra a banalidade
ResponderEliminarMuito bem observado.
EliminarA realidade difere de pessoa para pessoa. Para muitos são certezas absurdas para outros a realidade pura e dura e estes é que sentem na pele quando se deixam ir e ou são obrigados pelos "convencidos da vida."
ResponderEliminarNão sei se me fiz entender!
Beijos e um bom dia
Compreendi perfeitamente. A verdade, por vezes, só se consegue com muita informação, precisamente para não sermos manipulados pelos "convencidos da vida" como lhes chama.
EliminarObrigado, um abraço.
Aqui está um poema que me deixa profundamente dividida... Há sempre um bom pedaço de mim a impelir-me no sentido de transgredir a realidade e outro, não menos convicto, a mostrar-me que essa transgressão tem servido os interesses do capitalismo ao ponto de, em vez de nos elevar, nos lançar na confusão e no caos.
ResponderEliminarNeste momento, e desde há uns largos anos, sinto/entendo que é imperioso resgatar a realidade. Até porque o absurdo ocupou o lugar da banalidade, tanto quanto o da(s) realidade(s).
O seu poema diz-me claramente que tem "unhas para tocar" a viola do absurdo, mas a maioria fá-lo sem as ter. E é aí que "o caldo se entorna", a longo prazo, com resultados idênticos aos de uma bomba de hidrogénio ideológico.
Desculpe-me por me alongar desta forma.
Forte abraço, L.
O seu comentário toca uma questão importante, apreciei-o no que respeita à arte. Não há nada de negativo que a nossa imaginação nos leve aos domínios do irreal, essa é uma das possibilidades dos artistas. A transgressão da realidade não tem, obrigatóriamente de servir interesses concretos com os quais não queremos pactuar. Até no absurdo tem de haver alguma coerência e extrair desse absurdo algo aproveitável. No caso concreto das artes há por aí muita confusão e hoje "vale tudo". Na poesia é muito comum ver escritos que são colagens soltas de frases colhidas aqui e ali e que se pretende misturar e transformar em versos. Mas, admito a existência de tudo isso, cabe-nos a nós como consumidores "comprar" apenas aquilo que nos interessa e nos alimenta a alma.
EliminarAgradeço a oportunidade deste diálogo.
Um abraço.
Boa tarde Caro Poeta/Pintor
ResponderEliminarA realidade, por vezes é amarga demais.
Mesmo sem o caldo entornado.
Boa Semana com muita saúde e harmonia.
:(
Sem dúvida, sobretudo quando essa realidade é inalterável.
EliminarObrigado, um abraço.
É sempre bom viajarmos pelos domínios do irreal. A realidade em certas circunstâncias pode ser mesmo assustadora.
ResponderEliminarUma semana feliz
Quando temos essa possibilidade. Há realidades desastrosas.
EliminarObrigado, um abraço.
O absurdo da realidade é que por vezes é tão incrível que nos parece irreal. Outras é tão dura, tão dolorosa que nos parece um pesadelo.
ResponderEliminarAbraço e saúde
A realidade pode ser tão surpreendente que até pode parecer ficção, por exemplo o ataque às Torres Gémeas.
EliminarUm abraço.
Preciso do irreal Luís, a realidade cansa .
ResponderEliminarGosto de tatear o impossível. rs
E gostei do poema e da aquarela.
Um abraço grande
O irreal está mais ao nosso alcance do que a realidade.
EliminarUm abraço.