Dói ___ mas

Põe o dedo na ferida

isso ___ assim

pressiona

mas canta ___ baixinho

enquanto me magoas

assim dói mais

mas perco menos sangue.




 

17 comentários:

  1. Apetece-me chamar a este texto poético, algo trágico: "Escrito Com Sangue".
    Lá está, entre dois males escolhemos sempre o menor...
    Sem dúvida: o que arde cura e o que aperta, segura!

    Abraço.

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    1. O sangue que por vezes as verdades provocam.
      O amplexo habitual.

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    2. Enquanto há vida...há esperança.
      Quem sabe, um dia, o amplexo vem acompanhado do ósculo imprevisível...?

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  2. A cura por vezes passa pela dor.
    Belo poema, gostei.
    Boa semana, caro Luís.
    Um abraço.

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  3. A esta estrondosa metáfora veio-me logo à ideia isto e é o meu comentário:

    AUTOPSICOGRAFIA

    O poeta é um fingidor
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.

    E os que lêem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.

    E assim nas calhas de roda
    Gira, a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama coração.
    Fernando Pessoa
    A foto: levou-me ao avião que durante duas horas e meia andou aqui por cima às voltas:))))
    Abraços e um bom dia

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    1. Este comentário quer dizer que há palavras que a nossa memória regista e há momentos em que elas despertam.
      Soube desse avião que assustou pessoas, sobretudo as que não gostam de andar "nessas coisas".
      Bom Dia, um abraço.

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  4. Que raio de coincidências! :)

    Bom, o poema é, no mínimo, surpreendente - para mim, claro - e a imagem, estranhamente bela... Soubesse eu e ter-lha-ia pedido emprestada para ilustrar o soneto que hoje editei.

    E agora a a propósito do AUTOPSICOGRAFIA que a Fatyly nos trouxe, recordo que no meu penúltimo soneto, INTERMEZZO, houve quem descobrisse uma dor existencial onde o que me afligia era uma bruta e muito prosaica dor de dentes... As minhas pequenas desavenças com a Musa não são propriamente dolorosas, a menos que eu lhe perca o rasto durante tanto tempo que acabe por me não reconhecer em mim mesma.
    Nada tenho de masoquista, mas quando a dor física me encurrala, desafio-a com a mesma temeridade com que desafio a morte. Não escapo a uma nem a outra, mas também não me vergo a nenhuma delas. Fui adquirindo, com a experiência, ferramentas muitíssimo eficazes no que toca a criar arte a partir do inevitável ;)

    Forte abraço, L.

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    1. As suas dores, as reais, as físicas são um flagelo com as quais aprendeu a lidar.
      Quanto à Musa faça-se difícil e não lhe ligue, pegue num livro de poesia de outro autor e vai ver como ela volta... com ciúmes.
      Um abraço, as melhoras.

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    2. Rsrsrsrs... e não é que o que me aconselhou acaba de acontecer? Li um soneto de Gonçalves Crespo depois uma bela glosa do Sustelo a esse soneto e... quase a senti cair-me em cima! Minutos depois tinha escrito a minha própria versão do Mater Dolorosa.
      Edito-o amanhã, antes de sair para o hospital.
      Obrigada e outro abraço!

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    3. É uma receita que eu utilizo muito.
      Ainda bem. Um abraço.

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  5. Um novelo...quase que se lhe vê o princípio
    e o fim, mas muito ténues.
    Abraço
    Olinda

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    1. É verdade, nem eu tinha visto esse pormenor.
      Um abraço também.

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