Foto de Daniel Filipe Rodrigues




Dias embalados


O fim da tarde

é o início da morte dos dias

é aí que me encontro

nessa agonia da luz

é aí que fico

com "ave-marias" na boca

na descrença de que 

essa cantilena tenha a ver 

com o nascer do dia. 

Adormeço de cansaço 

de tanta vida

embalada em dias de plástico.




 

15 comentários:

  1. O que há mais por aí são vidas de plástico artisticamente embaladas em película prateada, como se fossem platina.

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    1. Certo. E nós a vê-los passar sem nos apercebermos.

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    2. Até mesmo os apóstolos de moral não se apercebem que têm uma vida de plástico.
      Teresa Palmira Hoffbauer

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  2. O meu dia de hoje não é um dia plástico.
    É sim, um dia literário em Duisburg 📚
    Talvez a minha vida seja metaforicamente de plástico, mas cá em casa não entra plástico.
    Fiquei horrorizada com as garrafas e sacos de plástico na Itália.
    Pronto, lá estou eu a fugir da publicação.

    Compreendi a mensagem do poema e adorei a fotografia.

    Para evitar confusões com outras anónimas assino o meu nome: Teresa Palmira Hoffbauer 💙

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    1. Olhe, Luís, não estou muito certa.
      Hoje, quem nos leva a Duisburg é a Lieselotte — o às ao volante.
      Então, até logo, se chegar viva a casa.
      Teresa Palmira Hoffbauer 💙

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    2. Fará boa viagem, terá bom regresso.

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  3. Muito belos, poema e fotografia, L.

    Este plástico dos dias não me parece assim tão literal, mas... Mas isso sou eu que estou sempre à espera de acordar no dia seguinte e só vejo, no final das tardes, um pequeno intervalo entre o hoje e o amanhã.

    Forte abraço!

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  4. Es la agonía de un día que finaliza y también la esperanza de que el día siguiente sea mejor.
    Feliz fin de semana. Besos.

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    1. Siempre esperamos que mañana sea un día mejor. Saludos, un abrazo.

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