Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Não desistimos
É hora de jantar
à mesa estamos todos
menos um
o teu lugar ali está ainda
não sabemos se voltarás mas
a vida por vezes surpreende-nos
E porque não a noite também?
Não temos a certeza que não venhas
foi há tantos anos
mas regressaste sempre
e agora ainda não nos disseste
que tinhas desistido
Morremos agora de saudade
mas também não te vamos dizer
que desistimos
Talvez leias este poema
e venhas ___ uma destas noites
jantar connosco.
Fosse porque ainda me sinta imbuída pelo espírito infantil que de mim se apoderou, fosse pela magia que emana da fotografia, quando li o poema senti-me e senti-as, as palavras, completamente deslocadas da imagem.
ResponderEliminarMal bati os olhos nessas cadeirinhas com o coração no espaldar, bem como todos os pormenores da mesa, candeeiros e tudo o resto, só me veio à ideia a sala de jantar da Branca de Neve e dos sete anões.
Tomara que ela o leia e regresse, a cena é irresistível... :)
Um abraço.
Ficamos à espera da pessoa que falta, pode ser que seja ela.
EliminarBoa Noite, um abraço.
… ou seja Godot 💙
EliminarEntão nunca chegará.
EliminarFinalmente! :) Com um carregador emprestado por um amigo e com o "router" ensandecido por motivos que desconheço, de vez em quando, lá consigo uns segundos de ligação... Li num abrir e fechar de olhos, sempre receosa de ver apagarem-se as luzinhas do "router", mas, por compreensível fraqueza humana, não consegui deixar de associar este poema à minha prolongada ausência.
ResponderEliminarVenho para almoçar convosco. Pode ser?
Forte abraço, L.!
Saúdo o seu regresso que, afinal, se deve à maquinaria da net e não à sua saúde.
EliminarÉ sempre bem recebida.
Um abraço.
Ui, ui se eu fosse ela não ia porque se fosse e me deparasse com uma mesa cheia de rococós doutros tempos, fugia pela janela para a natureza:))))) A ausência quando persiste é tramada para quem espera que deveria já ter feito "a cura" para restar uma saudade saudável.
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
A saudade é uma dentada no sossego.
EliminarUm abraço.
Já vi uma mesa idêntica num museu regional cá da terra 🇩🇪 com as mesmas cadeiras, terrinas, mesmos castiçais, candeeiros and so on …
ResponderEliminarEsta está em Skagen no nordeste da Dinamarca.
EliminarJá vi uma mesa dessa num desses museus que eu fui. Não me lembro onde mas me lembro de sentir saudades . Nem sei bem do quê , mas a sua poesia me deu uma certeza...Eu nunca vivi essa estória. Parabéns!
ResponderEliminarCurioso e interessante este seu comentário. Importante para o autor é ter provocado algum tipo de sensação.
EliminarObrigado.
Comentário de Piedade Araújo Sol recebido por mail:
ResponderEliminarum poema de saudade e de espera.
talvez....um dia!
quem sabe...
gostei da foto.
:)
Esperar é um desígnio de todos nós.
EliminarUm abraço.
O apelo à não desistência.
ResponderEliminarDe quem espera pela noite para o reencontro.
Se regressou sempre....
Um dia irá jantar!
Como se fosse a palavra dada a vocês mesmos, há tantos anos...
Uma espera talvez inútil, que não admite a realidade.
Eliminar"Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança." Hannah Arendt
EliminarSomos nós que criamos a realidade!
Apenas uma ausência é aceitável - a morte como axioma!
Muito interessante este seu comentário, retenho as palavras, as suas e as de Hannah Arendt que decerto se surpreenderia (ou não) com esta actualidade... se ainda fosse viva.
EliminarA actualidade da filósofa alemã era muitíssimo mais cruel do que a nossa actualidade — a destruição quase total do seu povo.
EliminarO meu 💙 é realmente reconhecível 💙
A crueldade de hoje é, além da física, também a intelectual e psicológica.
EliminarA crueldade daquele tempo era física, intelectual e psicológica.
EliminarDe acordo. Sem querer ser polémico, hoje, com o advento da Internet, a violência intelectual e psicológica tornou-se mais sofisticada e menos identificável pelo homem comum.
EliminarEu não me refiro à crueldade do homem comum. Eu refiro-me à crueldade do Terceiro Reino 💀
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