Câmara-escura 

Recolho-me num cubo de noite 
a minha fracção de noite 
sob a luz vermelha projecto doses 
de passado 
esquecido 
adiado 
arquivado como quem guarda dores 
que espera deixar cair pelo caminho 
quadrados de luz 
que manipulo 
amplio
recorto 
no escuro sem constrangimento 
apenas o rubor da luz vermelha 
da propensão para a nostalgia 
esperando que neste bocado de noite 
possam nascer estrelas 
por entre as sombras brancas 
das aves que se perderam ___
___ até encontrar o quadrado de luz
que imprimo e fixo no papel brilhante ___
___ para depois te pendurar a secar 
Voltarei amanhã para te emoldurar. 


 
 

13 comentários:

  1. Não há que pedir desculpas mas, o título é esclarecedor.
    Um abraço.

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  2. Complicado de entender e comentar. Li, reli, e fico-me por aí, rsrsr
    Gostei da imagem
    Cumprimentos

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  3. Voltas e reviravoltas de um retrato captado numa câmara analógica.

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  4. Poetizar inspirado numa câmara escura é original.
    A interpretação do poema é no sentido inverso.
    A fotografia tem uma nuance do mundo interior do poeta.

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    Respostas
    1. Inverter o sentido de algumas coisas... como seria útil e benéfico.

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  5. Aprecio bastante a sua forma de escrever. A forma de expor as palavras, no sitio certo!
    Adorei :)
    -
    Sentem-se os ventos de mudança

    Beijos
    Boa tarde!

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  6. En la oscuridad de la noche, todo se ve muy negro.
    Besos.

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  7. Comentário de Elvira Carvalho recebido por mail :

    Não consegui entender a imagem. E o poema câmara-escura deixou-me completamente às escuras. Lamento.
    Abraço e saúde

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