Foto de Ana Luís Rodrigues




Renuncio


Toldaste o meu Outono 

limpaste a frente da minha casa 

das folhas da minha memória 

a fusão do ser e do saber 

que sempre procuro


Agora decidi matar-te no próximo inverno 

renunciando ao lugar do sono comum 


A terra continuará a mover-se 

e sei que sempre encontrarei uma palavra 

que me ajudará a sucumbir.




 

16 comentários:

  1. Embora absolutamente fascinada pela belíssima fotografia 🍂
    esta noite não renuncio a escrever algo sobre o poema —
    em que o poeta expressa a tristeza dum bem que não mais volta!…
    Solenemente celebrada com o crime passional no próximo inverno.

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    1. Quando alguém intervém malevolamente num lugar recôndito da nossa intimidade, acabamos com esse alguém mesmo que em sentido figurado.

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    2. Eu, romântica incorrigível, acreditei que se tratava de um crime passional.
      A incendiar, em louca fantasia.

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    3. Isso é inconfessável, cai sob a alçada da justiça.

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  2. Elvira Carvalho deixou um novo comentário na mensagem "":

    Gosto da foto. E do poema.
    Abraço e saúde

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  3. Um crime (poeticamente) anunciado.
    É linda a foto outonal.
    Beijo, boa semana.

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  4. No solamente hay una muerte física, la muerte de las ilusiones y y de la esperanza, es mucho peor.
    Besos.

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    1. Tu comentario tiene toda la razón. Cuando nos desencantamos de alguien, lo matamos todos los días. Un abrazo.

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  5. Oi Luís
    Trazemos as estações do ano dentro de nós, e no outono escolhemos se pensamos nas
    arvores colorindo o dia ou só nas folhas mortas. E logo haverá inverno quando também podemos
    escolher fechar-nos entristecidos diante do frio ou aguardar uma linda primavera.
    Não renuncie a poesia, porque digo por mim _ela me faz bem !
    Um abraço grande

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    1. A poesia pode ser um último reduto de sanidade mas... o desalento, por vezes, leva a melhor.
      Muito Obrigado.
      Um abraço.

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  6. Já cometi alguns desses crimes rss e confesso que o resultado me fez bem. As quedas machucam mas não permanecemos no chão. Abraço.

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