Foto de Daniel Filipe Rodrigues





O absurdo


Morrerei em vários lugares 

tantos quantos os que tive sob os pés 

Paris

Florença 

Lisboa 

Salamanca 

Lua 

Marte

Morrerei em vários anos 

até nos anos longínquos

em que será impossível estar ainda vivo

Morrerei várias vezes e em outras cidades 

que não conheci ___ renascerei


E em cada cidade e em cada ano 

tu passarás ao longe sem me reconhecer 

para que eu compreenda

todo o absurdo que é a vida.




 

14 comentários:

  1. Belos, poema e fotografia, L.

    A vida parece-nos estar cheia de absurdos porque criámos a ideia de absurdo. Na vida real, tudo faz sentido, nada é absurdo.

    Forte abraço!

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    1. A nossa aceitação de que tudo acontece por alguma razão, elimina o conceito de absurdo.
      Um abraço.

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  2. A VIDA em si, não é absurda.
    Absurdos são certos comportamentos de certas pessoas.
    Que os POETAS morrem em vários lugares não é absurdo.
    É quase real e poético.
    A POESIA vive no mundo 🌍

    Eu, mulher banal, quero morrer na Dinamarca 🇩🇰 nos braços de Hamlet.

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    1. Parole, parole, parole...e ainda fala no absurdo do comportamento de certas pessoas?
      Bem-aventurados os pobres de espírito, que se julgam deuses...

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    2. Comentário ao comentário poético de Teresa Hoffbauer:
      Consta-me que o príncipe Hamlet tem uma longa lista de espera.


      Comentário ao atrevido Anónimo:
      Como se dizia antigamente "Quem vai, vai - Quem está, está".
      Haja respeito pelo que se pretende belo.

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  3. Não se morre só uma vez. Morremos várias vezes.
    E todos os dias um pouco mais.
    Depende do local ou do País onde estamos.
    Um poema muito meditativo.
    A foto traduz o teor do poema.
    Boa semana
    :)

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    1. A mensagem do texto publicado hoje, foi entendida. Todos os dias renascemos para os que nos seguem.
      Obrigado.

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    1. Há um insolente Anónimo que pretende poluir um lugar que apenas persegue a beleza.

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    2. Está a pagar-lhe com a mesma moeda, também andou a meter a colher onde não era chamado.
      A beleza não se persegue, existe simplesmente, ou não.

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    3. Essa insolência, pretensamente Anónima, está-lhe no sangue, esse é o espírito de personagem do "soalheiro" sempre com disposição para uma discussão. Aqui não, o autor padroniza as suas reacções por elevado sentido de educação e tranquilo quanto às tentativas provocatórias.

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    4. Olhe que não, olhe que não.

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  5. Um poema intenso, encantador!
    Adoro os seus poemas. Parabéns :)
    -
    Beijos, e uma boa noite!

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    1. Agradeço a simpatia com que sempre comenta as minhas publicações.
      Boa Noite.
      Um abraço.

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