Mensageiro
Mais um cigarro
tu
que disseste que nunca mais fumarias
Mais um copo
tu
que prometeste nunca mais beber
Mais um lance de cartas
tu
que juraste nunca mais jogar
Mais uma paixão
tu
que declaraste nunca mais amar
Sucumbiste aos prazeres terrenos
e vais escrevendo a giz pelas paredes limpas
a palavra amor
que outros apagarão como se fosse vandalismo
Vá ___ afoga-te em fumo
dissolve o teu fígado em álcool
entrega a tua vida num baralho de cartas
mas depois planta uma laranjeira
no lugar do encontro com o amor
que um dia o mundo fará disso uma mensagem.
Um dia criaste um quadro
ResponderEliminarque jaz, plácido
na parede do meu quadro
Enquanto escrevo
isto, bebo um trago
fumo um cigarro
e relembro o tema
As árvores velhas, mesmo se tristes, ainda dão frutos
Continuo a pensar como o que diz essa frase.
EliminarApós o último cigarro e o último copo vou plantar uma laranjeira no lugar onde repousa o meu amor.
ResponderEliminarPoema de conciliação entre dois amantes em disputa. Há sempre uma árvore a florir.
Acabo o meu palavreado, dizendo simplesmente que a aguarela dá a impressão de que estamos na PRIMAVERA 🌼
Momentos felizes são como uma Primavera acolhida no Outono.
EliminarOs vícios são amantes que matam a razão...
ResponderEliminarExcelente poema, gostei imenso.
Continuação de boa semana, caro Luís.
Um abraço.
Os vícios disfarçam as carências.
EliminarObrigado.
Um abraço.
Descreves muito bem os vícios tão nocivos e criticados. Estragam-se familías mas para mim por detrás de qual viciado ou viciada há um sentir de uma mágoa ou trauma que com isso pensam colmatar mas são poucos os que querem ajuda e jamais conseguirão plantar uma "larajeira" para mais tarde recordar. Gostei muito da imagem bem colorida e senti que ainda existe uma criança em mim sempre positiva!!!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Enquanto houver uma criança em nós... nada está perdido, mesmo que sejamos incompreendidos.
EliminarUm abraço.
Fiquei com os olhos colados à aguarela :) Difícil foi descolá-los de lá para ler o poema...
ResponderEliminarNão bebo senão leite com café ou chá e outras inócuas infusões, e não jogo senão por brincadeira, a mover peças de xadrez no computador, mas tenciono manter o meu frutuosíssimo relacionamento com os cigarros até ao final dos meus dias. Cresci entre escritores que não jogavam e pouco ou nada bebiam, mas todos fumavam os seus cigarritos, e garanto que, dentre eles, não houve um único que não cobrisse de belíssimos laranjais a literatura portuguesa.
Forte abraço, L.!
Obrigado pela referência tão sensível, à imagem de hoje.
EliminarEm fumo nos ergueremos deixando para trás as laranjeiras.
Um abraço.
Este poema é simplesmente maravilhoso!
ResponderEliminarAdorei!
Beijinhos
Agradeço o seu simpático comentário.
EliminarUm abraço.
Incertezas da vida, sempre as incertezas...
ResponderEliminarMAGNÍFICO poema, Luis!
Beijo.
Muito obrigado.
EliminarUm abraço.