Foto de Daniel Filipe Rodrigues (excerto)




Uma espécie de


Sou uma espécie de 

ave nocturna 

com pânico da noite

uma espécie de 

árvore ferida de onde 

colhem o meu sangue 

uma espécie de 

mesa com uma perna 

à espera de conserto 

uma espécie de 

toalha vermelha 

a baloiçar no estendal 

uma espécie de 

liberdade em silêncio 


Que difícil tem sido 

ser uma espécie 

daquilo que não sou

E penso tudo isto 

ao ver uma espécie 

de Aladino que se revela

no fumo que sai da cafeteira 

que tenho ao lume.





20 comentários:

  1. Bom dia
    Não há dúvidas , é mesmo uma espécie única e especial.

    JR

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    1. Caro Joaquim
      Os seus comentários são um fertilizante que alimenta o que por aqui vai germinando.
      Obrigado.
      Um abraço.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Lá fui parar ao Spam ou ao teu email.Será?

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  4. - R y k @ r d o - deixou um novo comentário na mensagem "":

    Tudo na vida é possível quando deixamos vaguear/voar o imaginário
    .
    Saudações cordiais … Feliz ano de 2023.

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    1. O imaginário é o lugar da criatividade.
      Bom Ano 2023, com saúde.
      Cumprimentos.

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  5. Fatyly deixou um novo comentário na mensagem "":

    Removi porque tinha erros devido ao teclado que tem de ir ao estaleiro. Aqui vai:

    De facto és uma "espécie difícil de decifrar" e de repente ao ler-te senti laivos de Fernando Pessoa que me deu a volta à cabeça na disciplina de Literatura...jasus tão negativo. Ó aladino "shaaha" favor (como dizia a minha neta) faz um café de chávena cheia com a àgua dessa famosa cafeteira, melhor dizendo, chaleira para não ficar chalada:)))

    Gostei do poema mas mais da parte final:)))
    Beijocas e um bom dia

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    1. O Aladino da nossa infância que se insinua quando temos o olhar parado no fumo de uma cafeteira.
      Um abraço.

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  6. Também não tenho dúvidas de que seja uma espécie de todas as coisas que menciona neste belíssimo poema, L. :) Até mesmo "uma espécie daquilo que não é", mais ou menos ao jeito da minha firme leitura do Fingidor, de F. Pessoa, já que irá sendo, para os seus leitores, aquilo que eles forem imaginando que é.

    Estou muito enganada ou já conheço essa sua bela lâmpada de Aladino, que aqui aparece apenas em parte? Gosto imenso de cafeteiras em esmalte e tive uma que infelizmente já sucumbiu no cumprimento do seu dever.

    Um forte abraço!

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    1. Todos nós construímos "o outro" de acordo com o nosso olhar. Assim, somos um e vários ao mesmo tempo consoante quem nos observa.
      A cafeteira é, de facto, a mesma.
      Um abraço.

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  7. Fico contente por ter acertado :) Afinal não tenho uma memória tão pobrezinha quanto a imaginava, apesar de ser uma memória extremamente selectiva...

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  8. Todos somos únicos. Pienso que no hay persona idéntica a la otra, aunque puede coincidir algunas de las circunstancias que nos trae la vida.
    Besos-

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  9. Aladino??? Está na hora de pedir 3 Desejos...

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  10. Boa tarde Caro Poeta/Pintor
    um poema pertinente, não obstante eu entender que todos nós, somos algo imperfeitos, e uma amálgama de temperamentos diferenciados, que misteriosamente, vamos gerindo conforme nos apetece.
    Temos alter-ego, acho eu…
    Piedade Araújo Sol

    :)

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    1. Como alguém disse "todos diferentes todos iguais" e não só nas etnias.
      Um abraço.

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  11. A Elvira é simpática na sua apreciação. É estimulante.
    Obrigado.
    Um abraço.

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