Foto do autor do texto





Laranjas


Crescem laranjas no meu quintal

debato-me na contradição entre 

deixá-las cair como se morressem

ou colhê-las como se as matasse


Volto-lhes as costas

e compro-as no supermercado 

que é como se eu acreditasse

que foram elas próprias 

que escolheram o seu destino.









17 comentários:

  1. Muito obrigado por esta visita tão imediata e com apreciação positiva.
    Boa Noite.

    ResponderEliminar
  2. Nada faz de nós mais solidários do que comprar as laranjas no supermercado.
    Quando digo “solidários” não me refiro à solidariedade com as laranjas 🍊 🍊 mas com os donos do supermercado.
    É sempre necessário ajudar os „pobrezinhos“

    ResponderEliminar
  3. Tive de sorrir perante a contradição.
    Da minha janela vejo-as caídas no chão.
    E penso: porque não oferecê-las a quem
    mais precisa?
    Um abraço
    Olinda

    ResponderEliminar
  4. A ironia é dos meus temperos poéticos de eleição e, pelo que provei deste sumarento poema, creio que também é um dos seus favoritos, L.

    Forte abraço!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, dá-me um certo prazer escrever contra o real, o óbvio.
      Um abraço.

      Eliminar
  5. Fez bem comprá-las no supermercado. Por um lado sempre fez exercício na ida até lá, e por outro uma laranjeira no quintal cheia de laranjas é muito mais bela e inspiradora para o poeta do que se apenas apresentasse as folhas verdes. A laranja da foto podia entrar num concurso de beleza.
    Gostei do coro.
    Abraço e saúde

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gostei do seu comentário. É, de facto, no supermercado que compro as laranjas.
      Saúde.
      Um abraço.

      Eliminar
  6. Sincera como sou, sempre que vejo num quintal devoluto com casa em ruína, uma larajeira carregada de laranjas ó meu amigo eu gamo as que posso, melhor até encher o saco. No supermercado jamais o faria!
    Gostei!
    Beijos e uma boa tarde.

    ResponderEliminar
  7. também as compro no supermercado.
    houve tempos, em que as colhia da laranjeira e comia na hora, frescas e sadias.
    hoje já não existem na casa grande e tudo mudou.
    a foto está muito bem para suporte do poema.
    boa semana.
    :)

    ResponderEliminar