As palavras aprisionadas
Tenho palavras abafadas
na garganta
é de noite que elas se prendem
na minha garganta
na minha garganta se assustam
com os faróis do automóvel do tempo
que roda lentamente
e se aproxima
e se aproxima
enquanto Mozart e um cigarro
preenchem as horas de espera
pela evasão das palavras
das palavras necessárias
ao arremedo de poeta da angústia
com as palavras abafadas
na garganta
na garganta calada
com que assisto à passagem
de uma mulher que se equilibra
nua no dorso de um cavalo branco
num cavalo branco ___
___ mas estranhamente
porque quando partiste nua
foi no dorso de um cavalo negro
num cavalo negro partiste nua
por aquele caminho
era de dia ___ compreendo agora
porque tenho palavras
abafadas na garganta.
Leo tu poema, mientras escucho la música de Mozart. Además de tu gran talento para componer los poemas, tienes un buen gusto musical.
ResponderEliminarBesos.
Muchas gracias por tu bonito comentario. Trato de vivir la belleza en cada día. Un abrazo.
EliminarUm poema belíssimo que muito apreciei, muito inspirado e bem construído.
ResponderEliminarBeijinhos,
Ailime
Muito obrigado pela atenção que dedica às minhas publicações.
EliminarUm abraço.
Ver novamente a lindíssima fotografia é um prazer‼️
ResponderEliminarAo ler o poema a minha imaginação me arrastou …
Desde 1678, a cavalgada de Lady Godiva em Coventry é celebrada por uma procissão.
A história foi ainda mais embelezada: apenas um cidadão ( Peeping Tom ) ousou assistir — e ficou cego como resultado‼️
A obra musical do nosso Wolfgang é maravilhosa‼️
Mulheres nuas equilibrando-se sobre cavalos de várias cores, há em vários lugares deste mundo... e no outro mundo também.
EliminarO meu conhecimento abrange somente a aristocrata anglo-saxã, célebre por ter cavalgado nua pelas ruas da cidade inglesa de Convêntria‼️ No outro mundo cavalgam as almas penadas acompanhadas por anjos a tocar o Requiem de Mozart‼️
EliminarSim, se assim for, é a beleza do outro mundo.
EliminarMais um esplêndido poema que me remete para os tempos em que eu e a minha Musa percorríamos, montadas num cavalo que galopava como se não houvesse amanhã, as estrofes de cada soneto que criávamos. Creio que era negro, esse cavalo veloz como o pensamento...
ResponderEliminarBelíssima, a fotografia, bem como a música de Amadeus, esse que até os deuses amaram.
Forte abraço, L.
Ainda hoje a Maria João e a sua Musa se equilibram bem sobre esse cavalo da poesia.
EliminarUm abraço.
Antes palavras abafadas do que o pensamento aprisionado.
ResponderEliminarMozart, sempre genial!
Beijo, uma Primavera cheia de cor e música.
A Primavera inspira-nos.
EliminarUm abraço.
Sempre me impressionei
ResponderEliminarcom a nudez
Não, não me refiro ao corpo
mas à nudez da alma
Belo, esse caminho
que gostaria de ter percorrido
independentemente da cor do cavalo
Abraço
Será mais fácil montar um cavalo do que passar neste caminho.
EliminarUm abraço.
Estive a apreciar os seus poemas e gostei
ResponderEliminardo que li e do seu estilo.
(Pode ficar descansado -- não sou uma
copiadora de metáforas...)
Agradeço a cortesia no meu A Vivenciar
e retribuo o abraço primaveril.
~~~~~
Muito animador para o autor, este seu comentário.
EliminarTemos mais uma Primavera para fruir a beleza da natureza.
Um abraço.
Caro Poeta/Pintor
ResponderEliminarUm poema excelente e que gostei de ler.
Curioso, que o meu poema de hoje fala também das palavras silenciadas.
Mas este trabalho está metaforicamente bem redigido, e dele podemos tirar várias interpretações.
Boa semana com saúde e harmonia.
:)
As palavras... as que dizemos e as que calamos.
EliminarUm abraço.