Foto do autor do texto a partir do documentário
 "Quando os impressionistas quiseram pintar as paredes". 





O cadeirão da minha mãe 


Sento-me no cadeirão da minha mãe 

cadeirão sózinho ___ morto

desde que morreu a minha mãe 


Sento-me no cadeirão da minha mãe 

e sinto ainda o seu calor

quarenta anos depois


Veio o meu irmão e disse

não quero

o gato a dormir aí a noite inteira.




 

22 comentários:

  1. Bom dia
    A foto e as palavras emocionaram-me mais uma vez.

    JR

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Os seus comentários são estimulantes para o autor. Obrigado.
      Um abraço.

      Eliminar
  2. Teresa Palmira Hoffbauer21 de março de 2023 às 11:18

    O oásis de paz da fotografia, rodeado pela comoção das palavras poéticas, é interrompido por um irmão sério que não gosta do gato brincalhão.

    O Luis Rodrigues é o nosso céu e a nossa terra, o nosso poeta nesta terça-feira, 21 de março Dia Mundial da Poesia 2023

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Agradeço o seu comentário tão elogioso, ainda mais significativo neste Dia da Poesia.

      Eliminar
  3. Um poema que me deixou entre a comoção e o sorriso. É que o cadeirão da minha mãe foi adoptado, primeiro pelo meu gato Sigmund e , depois, pela minha gata Mistral... Só já não tenho irmã que me imponha seja o que for.

    Feliz Dia Mundial da Poesia!

    Um forte abraço, L.!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Afinal este cadeirão não é caso único.
      Um abraço.
      L

      Eliminar
    2. Não é caso único, não :)Tem aqui um irmão que, neste preciso momento, está ocupado pela Mistral.

      Abç

      Eliminar
    3. Curiosamente, momentos que se perpetuam nas vidas de um ou de outro de nós, hoje uns, amanhã outros.
      Abraço.

      Eliminar
  4. Poema intenso e profundo. Gostei de ler. Linda foto
    .
    Saudações poéticas.
    .

    ResponderEliminar
  5. Tão belo e sentido poema, que me comoveu.
    A mãe é tudo.
    Beijinhos,
    Ailime

    ResponderEliminar
  6. Caro Poeta/Pintor
    Bom Dia Mundial de Poesia
    Poema que me remeteu a um outro cadeirão da minha mãe, que depois da morte do meu pai, passava ali grand parte do dia, a olhar o mar, como se esperasse a chegada dele.
    Trouxe recordaçoes ao ler este trabalho que até me comoveu.
    Mas o gato, naquele quarto não entrava, por isso, não havia perigo de maior.
    Boa semana com saúde.

    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Resposta a Piedade Araújo Sol cujo comentário não entrou aqui.
      Afinal, um cadeirão de um nosso antepassado conserva a sua imagem, para sempre.
      Um abraço.

      Eliminar
  7. Aunque es ley de vida, siempre se siente su ausencia.
    Besos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sentimos, para siempre, la falta que nos hacen los difuntos. Un abrazo.

      Eliminar
  8. Luis, hoje venho lhe saudar pelo Dia Mundial da Poesia.
    Que ela floresça cada vez mais em você!
    Abraços fraternos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Agradeço e desejo também para si dias muito felizes. Estarei aqui a partilhar os meus escritos e fico contente com a atenção que lhes dedica.
      Um abraço.

      Eliminar
  9. Eu tenho muitas coisas que eram da minha Mãe, 29 anos depois...
    Gostei muito do poema!
    .
    Mas o mar, é sempre a fonte da ilusão.
    .
    Beijo. Boa noite!

    ResponderEliminar
  10. Não tenho nada da minha mãe. Só fotos e lembranças, na maioria más lembranças. Não que ela fosse má. Ou que não fosse capaz de qualquer sacrifício por qualquer um dos filhos. A vida secou-lhe os sentimentos quando ainda era criança.
    Abraço e saúde

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. As más memórias da infância determinaram muita coisa em nós.
      Saúde, um abraço.

      Eliminar