Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Que farei de tanta abundância?
O último comboio partiu
ao longe o ponto vermelho
vai-se esquecendo aos poucos
as luzes da gare apagam-se
Que farei de tanta ausência
dos princípios da noite
da madrugada
dos seis jogos de pratos
e talheres
e copos
da lata cheia de bolachas
das roupas da cama
e de duas almofada
dos sapatos de domingo
?
Que farei das fotografias antigas
da minha voz ___ calada
do chamamento do meu corpo
?
Que farei de tanta abundância?
Espero que voltes
para morreres comigo
não demores
ou terei de me deixar morrer sozinho
Perdi de vista o último comboio.
Comboio da nostalgia, provavelmente no Museu Ferroviário Dinamarquês.
ResponderEliminarA nostalgia do poeta também é evidente.
Nunca há um último comboio 🚂 Há sempre outros comboios para nos levar …
Foto tirada no Museu dos Comboios em Odense.
EliminarEste foi o último comboio.
A cidade natal de Hans Christian Andersen 📚
Eliminar👍
Eliminar🙏
EliminarTão bonito! Sedutor, romântico...
ResponderEliminarUm convite a partir...
Obrigado.
EliminarBom dia
ResponderEliminarOutro comboio virá ! Temos de acreditar !
JR
Ficarei na gare à espera.
EliminarUm abraço.
Fiquei encantada com a fotografia da velha carruagem, mas o poema não deixou de me tocar profundamente. A morte é uma viagem que todos fazemos sós, por mais rodeados de gente que possamos estar e a viagem nesse comboio não dura mais do que dois ou três minutos, que é o tempo que um cérebro leva a morrer depois da derradeira paragem cardíaca.
ResponderEliminarE agora terei de lhe pedir desculpa por ter maculado a beleza deste poema com este palavreado todo que se me escapou dos dedos, L...
Forte abraço!
Nada de desculpas. Os seus comentários são uma referência para mim e gosto das variadas interpretações dos meus leitores.
EliminarUm abraço.
Gostei imenso deste teu poema e da foto, mas e lá vem o mas, quanto à tua inquietação digo-te o sinto: quem cá ficar que dê a abundância da tralha cheias de recordações. Ao contrário de ti vou-me desfazendo de muita coisa e dou a quem mais precisa.
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Podemos dar a nossa tralha mas não conseguimos desfazer-nos dos nossos pensamentos e recordações. A mim dão-me jeito como fonte dos meus escritos.
EliminarBom Dia, um abraço.
- R y k @ r d o - deixou um novo comentário na mensagem "":
ResponderEliminarIntenso, profundo, nostálgico. Fica-se assim quando vemos partir um comboio. Gera uma certa emoção sem dúvida, principalmente se estivermos longe de lugares que conhecemos e amamos. ( A nossa Terra de nascimento)
.
Fim de semana risonho.
As partidas são sempre comoventes.
EliminarBom fim de semana.
É uma figura importante na poesia, a do comboio.
ResponderEliminarExplorada de tantas formas
:-)
Estou de acordo.
EliminarGostei bastante do poema!!
ResponderEliminar.
São estilhaços da vida que me fazem viver
.
Beijo, bom fim de semana.
Muito obrigado.
EliminarUm abraço.
Miradas desde mi lente deixou um novo comentário na mensagem "":
ResponderEliminarQuizás no tenías aún el billete, que te facilitara la toma de ese último tren.
Feliz fin de semana. Besos.
El viaje era para un solo pasajero y de ida, no de vuelta. Un abrazo.
EliminarBoa noite,
ResponderEliminarUm poema nostálgico, mas muito belo e profundo.
Uma partida sem regresso?
Gostei muito deste poema.
Beijinhos,
Ailime
As partidas são sempre dolorosas.
EliminarMuito Obrigado.
Um abraço.
Partilho e comungo
ResponderEliminarde todas as tuas interrogações
quanto à espera
não tem cabimento
ela partiu só
para meu lamento
Estou de acordo com a tua análise.
EliminarPoema com nostalgia.
ResponderEliminarTodos partiremos um dia.
E sós.
É triste mas é assim.
:(
As partidas são sempre dolorosas.
EliminarUm abraço.