Foto do autor do texto tomada do documentário VIDA SELVAGEM






Tiro-te da minha cara


Nesta barba de dois dias  

de que me dispo 

nesta rasura da desgraça 

vai o beijo que me deste

corto assim a tua boca

com esta navalha breve

sem sangue 

sem pânico 

sem lágrimas 

sem saudade.




 

20 comentários:

  1. Rogério V. Pereira8 de maio de 2023 às 00:27

    Empresta-me a tua navalha breve
    Quero cortar esta minha tristeza
    que se me apegou à alma
    sem me pedir licença

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Qualquer máquina de barbear descartável faz o mesmo efeito, o que conta é não deixar crescer a barba nos nossos pensamentos.

      Eliminar
  2. Mas a barba é teimosa e pode voltar a crescer.
    Porque o irrevogável não existe...
    Excelente poema, gostei de ler.
    Boa semana.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  3. Afiadas como uma navalha as palavras do poeta.

    ResponderEliminar
  4. Maria João Brito de Sousa deixou um novo comentário na mensagem "":

    Para isso - e não só, claro! - servem os poemas, L. : Para descobrirmos o que sentimos quando não estamos muito seguros.

    ResponderEliminar
  5. Peço desculpa, não sei se vou conseguir comentar, porque ao tentar entrar num dos blogs que constam da lista do Conversa Avinagrada, fiquei com o computador cheio de vírus e foi-me necessário reiniciar e recorrer a um antivírus gratuito e há muito desactualizado.
    Gostei muito do afiado poema e tenho pena de não saber amolar facas e navalhas, nem consertar guarda-chuvas.

    Um forte abraço, L.!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Andam vírus por aí, pelos vistos. Entretanto recebi por mail um comentário seu que reproduzir acima. Estas plataformas andam estranhas.
      Um abraço.

      Eliminar
    2. Obrigada, L.
      Agora tudo parece estar normal, mas que há por aí blogs infectados, há e provavelmente aqueles que os utilizam não fazem ideia disso.Ainda tentei avisar o blogger no qual fiquei com o écran todo cheio de janelinhas que mal fechava se abriam de novo e me impediam de escrever, mas não sei se o aviso foi ou não foi lido. Eu é que não volto lá para saber. Não posso ajudar e corro o risco de ficar toda infectada de novo.

      Forte abraço!

      Eliminar
    3. Temos de continuar a usar máscara e desinfectante.
      Um abraço.

      Eliminar
  6. Profundo, emotivo, poeticamente belo
    *
    Beijo, Paz e Amor
    *

    ResponderEliminar
  7. Decidido o poeta...
    A vida num poema «breve».
    Uma imagem de liberdade.
    Beijo, boa semana.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Decisões que, parecendo fáceis, por vezes não são.
      Um abraço.

      Eliminar
  8. decisões nada fáceis, fizeram um poema
    diferente
    abaço
    :)

    ResponderEliminar