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O fim dos dias

 

Conheço bem como acabam os dias

direi até que

muitos milhares de dias depois

aprendi

como acabam os tempos luminosos

___ como um dia a minguar


     o repentino crescimento dos filhos

que partem depois de um beijo

___como um dia a minguar


     as casas vazias sem significado 

depois de fecharmos a porta para sempre

___ como um dia a minguar


     as pegadas ternas que deixaste

na tua passagem ___ cada vez mais longe

___ como um dia a minguar


     eu sem saber se o teu corpo no desejo 

e na ausência dele é fresco ou frio 

___ como um dia a minguar


Conheço bem o negror

em que acabam os tempos luminosos

___ como um dia a minguar.


 


 

16 comentários:

  1. Porque não desmontar com um riso despreocupado o que parece ser um labirinto? Arrumar esse espaço era um sem "fim" à vista... Apetece-me enviar-lhe um beijinho.

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  2. Credo! O seu blog não mingua... Cada vez está maior, parece que quer fugir da tela...

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  3. Me lembra a passagem biblica : 'não se preocupe com o amanhá_ basta a cada dia o seu mal'
    Já diria em contraponto _ o dia acordou tão azul e com um sol tão delicado que poderia se expandir
    por todo o inverno. Seu poema diz bem sobre os fins de tarde quando a claridade vai minguando e fica um breu só ... rs.
    Que os dias de verão ,sejam cheios de luz pra ti , L e se minguar a gente espera o dia seguinte, que sempe volta
    e quem sabe com novas pegadas .
    Um abraço meu

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    1. Poético este seu comentário, até valoriza a publicação de hoje.
      Um abraço.

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  4. Que belo poema, L.!

    Sempre a dose certa de uma tristeza que nos prende em vez de nos afugentar. Fui uma dos que, não conheço mas estou segura de que também clamaram pelo direito à tristeza na poesia.
    E estamos em pleno Solstício de Verão. A partir de amanhã, os dias começarão mesmo a minguar...

    Forte abraço!

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    1. Está para aí uma vírgula a mais... não lhe ligue, por favor. Os meus olhos não gostaram lá muito das lentes que lhes foram implantadas e trataram de as "embaçar"...

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    2. Sem direito à tristeza como fazer poesia que não fosse insuficiente?

      Vírgula? Não se preocupe, não reparo nela.

      Um abraço.

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    3. Por vezes, os dias minguam em grandiosa beleza... Sorrisos...
      Penso que é das pessoas de deprimem num crepúsculo opaco...
      Realmente um poema triste de mais, mas de uma expressividade admirável e tocante!
      A luminosidade da fotografia é surpreendente e uma ótima opção como ilustração.
      Agradeço a sua passagem pelos meus domínios...
      Dias bons e inspirados.
      O meu abraço.
      ~~~~~~~

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    4. Agradeço também a sua vinda e o seu comentário.
      Um abraço.

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  5. Um poema que denota uma melancolia enorme.
    Mas, nem todos os dias são assim.
    Um abraço
    :(

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