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Poemas da minha infância





Casamento


Do meu quintal vejo a janela

da menina do segundo andar

desde que o avô dela morreu

canta canções tristes baixinho

e eu ouço e por isso

fiquei a gostar dela

é muito mais velha do que eu

tem onze anos e eu tenho oito

quando ouvi os meus pais

dizerem que a liberdade 

também é as pessoas casarem 

com quem querem

eu decidi casar com ela

mas ela ainda não sabe

só lhe digo quando formos grandes

e até lhe vou perguntar o nome.





16 comentários:

  1. Não poderia ter sido melhor retratada toda a cândura e a inocência da infância.
    Uma ternura de poeminha... :)

    ( Anónimo, mas...pouco. )

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  2. A infância é uma coleção de memórias coloridas, nem sempre verdadeiras, mas sempre deliciosamente poéticas.
    A inocência do primeiro amor pela vizinha do lado — suave e um tanto comovente.

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  3. Bom dia
    A infância e a inocência no seu melhor .

    JR

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  4. Que delícia de poema e dei um sorriso gigante:)) A foto é 5*****
    Beijos e um bom dia

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  5. En esa edad, tres años de diferencia parece mucho, pero al correr de los años, ya la diferencia no se ve tan grande. Las circunstancias cambian con los años y ya no se piensa lo mismo de joven que de niña y esa misma persona que escribió el poema; ya no ve a la persona con los ojos que la veían de pequeña.

    Un abrazo

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    1. Estoy de acuerdo. Posiblemente el autor encuentre más adelante a esta pequeña cantante que lo fascinaba.
      Un abrazo.

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  6. Um poema que é todo pura inocência e ternura, para ser lido num andamento "vivace" ou talvez um "allegro ma non tropo". ..

    Forte abraço, L.!

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    1. Uma sugestão de cadência musical, muito interessante para a leitura deste texto.
      Um abraço.

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  7. Há desejos infantis que perduram toda a vida.
    Deslumbrada pela beleza de um miúdo alemão de doze anos, disse na tenra idade de cinco anos, que só casava com o alemão.
    Não devemos subestimar a determinação infantil‼️

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    1. Poético esse acontecimento que relata e que, suspeito, tenha sido real. Belo.

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  8. Um poema onde os nossos desejos de infância são puros e belos.
    Adorei!
    Bom domingo!
    :)

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