Uma visita sessenta anos depois


A casa da minha infância 

revejo-a. 

Porque se tornou tão pequena

desde que ficou sem mim? 

O cheiro, 

a luz que escorre das paredes, 

os sons

são desconhecidos, agora. 

A nespereira outrora tão alta

dar-me-ia os seus frutos à mão 

assim me reconhecesse. 

Ninguém sabe quem eu sou

nem a casa, 

nem a nespereira,

nem os que lá moram ___

___ nem o limoeiro 

que plantei a brincar. 

É a minha infância cercada

na minha memória. 

Este foi o meu tempo

este é o meu tempo. 

Estremeço. 


Venham ver! 

Só as andorinhas são as mesmas!



Foto Google Maps




12 comentários:

  1. É por isso que sentes que eu nunca voltei aos lugares onde fui feliz. Gostei muito e digo-te que me comovi!
    Beijos e um bom sábado!

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    1. Reencontrar os lugares do passado é nostálgico, direi que é uma "tristeza boa" .
      Um abraço.

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  2. Ya nada es igual, que en nuestra infancia. Hay un gran vacío, en esas casas en que vivimos la niñez.
    Un abrazo

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    1. Estoy de acuerdo. Ya nada es como lo conocemos, ni siquiera las paredes.
      Un abrazo.

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  3. O passado SEMPRE presente.
    A aguarela completa a nostalgia do momento.

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  4. " R y k @ r d o " deixou um novo comentário na mensagem "":

    Tudo muda. Tudo se transforma. Até as pessoas
    .
    Um feliz e doce fim de semana

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    1. Sem dúvida, o que passou não volta.
      Bom fim de semana.
      Um abraço.

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  5. ahh essas lembranças ! eu também estremeço .
    gostei da nespereira e claro da aquarela colorida de saudade .
    abraços L

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    1. Momentos em que encaramos com lugares antigos da nossa vida passada. Emoção.
      Um abraço.

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  6. memórias em carne viva.
    também as tenho.
    poema belissimo que me arrepiou...

    :)

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