Foto de Ana Luís Rodrigues
Fico a morar em ti
Assassino a tua memória
sem vontade de matar o teu corpo
não sei outra maneira de te dizer isto
porque não conheces a alma das palavras
não sabes como elas estabelecem
as suas relações umas com as outras
não entendes como é arriscado
o seu destino quando são ouvidas
da memória ___ com o tempo
ficam apenas as palavras
por isso quero eliminar a tua memória
deixo apenas escrito que o teu corpo
sempre foi a minha casa
e o teu sexo a entrada melancólica
para o corredor da vida
onde estávamos juntos o tempo suficiente
para transformar a raiva em amor
se estiveres de acordo
ficarei a morar no teu corpo ___
___ mas em silêncio.
Tanto a escrita como a fotografia revelam com a sua perturbante beleza o talento de uma família.
ResponderEliminarÉ um contentamento receber este seu comentário. Tenho filhos com estreita ligação à arte o que, naturalmente, agrada ao pai.
EliminarUm apelo muito pertubador e comovente! A foto é magnífica!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
As palavras contam.
EliminarBom Dia.
Um abraço.
Bom dia
ResponderEliminarMais um trabalho com nota máxima.
O silêncio é também uma necessidade.
JR
Agradeço a simpática classificação.
EliminarEstou de acordo com a necessidade do silêncio, quando as palavras são destrutivas.
Estou de acordo que é um Poema Brilhante!
ResponderEliminarEstou de acordo que fique a morar na Alma das Palavras!
Não estou de acordo que o corpo tenha alguma relevância, mesmo que seja em silêncio.
O corpo é importante, é o lugar onde moramos.
EliminarPois o nosso... Não o dos outros... Pense nisso...
EliminarAdmiração e Consideração de um país em que os entardeceres são mais quentes.
Podemos morar no corpo do outro, poderá ser um lugar espiritual que se realiza no acto do encontro entre o que é material. Pense nisso.
EliminarElvira Carvalho deixou um novo comentário na mensagem "":
ResponderEliminarGosto muito da foto. O poema, bem não sei que dizer pois creio não tê-lo entendido bem.
Abraço e saúde
Agradeço na mesma a sua vinda.
EliminarAs melhoras.
Um abraço.
Um poema sublime, onde a ternura se alia à saudade e à mágoa de uma falta.
ResponderEliminarE como eu gosto de ler ao contrário, assim fiz esse exercício (mania minha) e noto que pode ser lido também desta maneira que o sentido não se perde.
Obrigada pela partilha.
Um bom fim-de-semana.
:)
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Fico a morar em ti
___ mas em silêncio
ficarei a morar no teu corpo ___
se estiveres de acordo
para transformar a raiva em amor
onde estávamos juntos o tempo suficiente
para o corredor da vida
e o teu sexo a entrada melancólica
sempre foi a minha casa
deixo apenas escrito que o teu corpo
por isso quero eliminar a tua memória
ficam apenas as palavras
da memória ___ com o tempo
o seu destino quando são ouvidas
não entendes como é arriscado
as suas relações umas com as outras
não sabes como elas estabelecem
porque não conheces a alma das palavras
não sei outra maneira de te dizer isto
sem vontade de matar o teu corpo
assassino a tua memória.
Muito curiosa esta forma de recriar o texto. Acho interessante, muito obrigado.
EliminarUm abraço.