Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Tornando-me imortal
Sento-me à porta da minha casa mental
sigo com os olhos o carreiro
que desce para o vale da minha vida
onde ainda é verão enquanto aqui já é outono
estou prestes a falar com Deus
peço-lhe apenas pão e um peixe
tenho que ficar calado dentro de mim
e ouvir
Ele envia-me um cardume de sensações
e manda-me passear os meus pecados à chuva
diz-me
o teu pão é a minha voz
uma brisa rosada passa pelos meus lábios
um lobo uiva na montanha
sento-me à porta da minha casa mental
e adormeço
tornando-me imortal.

A extraordinária fotografia sintoniza com a imortalidade do poeta.
ResponderEliminarA imortalidade é uma situação incómoda.
EliminarA foto também tem algo de incómodo.
Tanto a arte como a poesia devem surpreender e incomodar.
ResponderEliminarA mediocridade está exactamente na estagnação — o medo de sair da zona de conforto.
Estou totalmente de acordo.
Eliminarum poema intricado, mas com mensagem dúbia.
ResponderEliminara foto incomoda, talvez pelo tamanho.
gostei.
Muito obrigado, gosto de saber o que pensam os meus leitores.
EliminarCaro Poeta/Pintor/Fotógrafo e Amigo
ResponderEliminarUm poema mistico, e interessante.
Ninguém é imortal, nem o Poeta.
A sua obra sim é imortal.
A foto incomoda-me, pelo seu imenso zoon.
Resto de dia bom.
:)
A imortidade está reservada apenas... aos Imortais e à sua obra.
EliminarUm abraço.