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Ponho-me a nu


Na ambiguidade da função das mãos 

deixo-me crescer

aceito que elas decidam como se benzer

enquanto dedilho umas notas no piano

com a outra mão 


na ambiguidade do pensamento 

julgo-me capaz de escolher

a cor do dia que virá 

num pantone imaginário 

em que a noite não está prevista


na ambiguidade da função da vida

ora me benzo ___ ora toco piano

ora me lembro do dia ___ ora me esqueço da noite

ora escolho ___ ora me deixo escolher

assim

ou me visto de fantasia ___ ou me ponho a nu.



 

12 comentários:

  1. Compreendo que somos mais que uma só coisa, um só lado. Ainda assim prefiro a mão que toca piano.

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  2. A diversidade cultural é sempre bem-vinda.
    A diversidade social também.
    A minha diversidade não me cria dúvidas na escolha.

    Summarum summarum: nu ou vestido, a mão do poeta escreve poesia interessante.
    Tenho um objecto quase igual ao da fotografia que me trouxeram da Grécia 🇬🇷

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    1. Estou de acordo com a diversidade mas não em todos os assuntos.
      O objecto da fotografia será, pelo menos, primo do seu.

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  3. Boa tarde Luís,
    Um poema magnífico!
    Assim é a vida, repleta de ambiguidades que, por vezes, nos confundem e transcendem.
    Beijinhos e boa semana.
    Emília

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    1. Sim, por vezes nos confundem e nem sempre optamos pelo solução adequada.
      Boa semana.
      Um abraço.

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  4. © Piedade Araújo Sol (Pity) deixou um novo comentário na mensagem "":

    Caro Poeta/Pintor/Fotógrafo e Amigo
    Um poema que muito apreciei .
    Uma inspiração bela e agitada.
    Que lindo!

    Boa semana.
    :)

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  5. Tienes la faculta de elegir, lo que es mejor para tu vida. Adoro escuchar la música del piano.
    Un abrazo

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    1. No siempre tomamos la decisión correcta. También disfruto del piano.
      Un abrazo

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  6. Um belo poema
    que bem usa
    uma palavra horrenda

    Detesto ambiguidades

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    1. A ambiguidade faz parte da nossa vivência embora, na maioria das vezes, não tenhamos consciência dela.

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