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As lágrimas 


À noite 

folheio os lençóis da minha cama

como se procurasse uma história perdida

naquele rectângulo de luar

já é verão deito-me descoberto

e sobre a tua almofada

vejo as lágrimas escuras L’Oréal

que deixaste

amanhã compreenderei que há razão 

para que a morte se lembre

dos nossos melhores 

ela recolhe os poetas

alimenta-os

e torna-os imortais


esta é a história perdida na minha cama

de umas lágrimas escuras L’Oréal

e do poema que chegou tarde ___

___ no cinzeiro ficou a tua boca.



 


12 comentários:

  1. "para que a morte se lembre

    dos nossos melhores

    ela recolhe os poetas

    alimenta-os

    e torna-nos imortais"

    Que coisa esta ... É sempre um intrometido.
    Deveria ser: "e torna-os imortais... "
    Está a falar dos outros e não de si... Meu Grande Poeta!

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    1. Tem toda a razão, foi uma falha de que não dei conta. Agradeço a atenção que dedica às minhas publicações.

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  2. Un rectángulo iluminado por la luz de la luna que guarda recuerdos imborrables.
    Nostalgia de un tiempo mejor en ese lugar de descanso lleno de secretos.
    Cariños y feliz semana de reflexión.
    kasioles

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    1. Recuerdos de tiempos iluminados por la luna en una intimidad tranquila.
      Un abrazo.

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  3. Saúdo a beleza deste poema e o talento do seu autor.

    Um forte abraço, L.!

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  4. Lágrimas escuras L’Oréal — um poema que faz publicidade à L’Oréal?

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  5. A dor da perda, a saudade que dói na alma.
    (Já agora, a máscara de pestanas da L'Oréal deixa marcas difíceis de «limpar».)
    Vejo na imagem desfocada um cinzeiro cheio de beatas. O tabaco mata, poeta.
    Beijo, Luís. Uma Páscoa doce e abençoada.

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  6. Enfim, uma história triste, poetizada com arte e realismo...
    Há que criar (e recriar) a felicidade... Abraço
    ~~~~~~~~~~~

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