Foto de Ana Luís Rodrigues
Com música
A dor dos homens
está contida
sob um pisa-papéis
com que nos prendem
põem a tocar
a música que nos agrada
e dançam
à nossa vista
ninguém ouve o grito
e chove em dilúvio
sobre a nossa liberdade
embora com música
todos temos nomes
mas invocam-nos por números
sabemos tudo sobre
tristeza angústia frustração fome
embora com música
ah
falta a violência
embora com música.
Neste contexto
ResponderEliminarem que a música se aproxima do ruído
dizer que falta a violência
é quase um apelo a tal desatino
Mas percebo
temos medo!
A situação não augura nada de bom.
EliminarEstamos muitas vezes reduzidos ao voto que nos parece uma forma ínfima de participar no mundo, por isso a impotência que julgo que o poema traduz. Mas ainda assim tudo o que fazemos tem importância. O que fazemos com a arte, o trabalho, a família, os amigos...são coisas que às vezes parecem invisíveis mas que deixam marca, quero acreditar nisso para não deprimir.
ResponderEliminarUm abraço
Tem toda a razão, a luta trava-se-me em várias frentes. A frente cultural é da máxima importância, é a ignorância que está a levar o nosso país (e o mundo) a esta situação de catástrofe. E a rua também é uma importante frente de luta.
EliminarUm abraço.
Há balões na rua para o encanto da criançada.
ResponderEliminarO medo não é bom conselheiro, mesmo acompanhado pela música de BACH.
O medo deve levar-nos a reagir... com sensatez.
EliminarO medo domina-se e sobre pressão o mesmo desaparece pela luta da sobrevivência. Gostei!
ResponderEliminarA foto é lindíssima, gosto de balões mas não o seu rebentar que me leva à guerra que vivi.
Beijocas e um bom dia
Lutamos contra o medo.
EliminarObrigado.
Um abraço.
E como é duro ouvir a "música " dos canhões e das bombas. Poema deslumbrante que merece a maior reflexão. Cumprimentos poéticos
ResponderEliminarSe der que pensar... já é alguma coisa.
EliminarMuito Obrigado.
Cumprimentos também.
Se a frente cultural é da máxima importância nesta luta e se a arte nela está contida, então não somos criadores de inutilidades, somos operários de armas e bandeiras brancas.
ResponderEliminarUm forte abraço, L.!
PS - Só teremos de ter o cuidado de nunca, inadvertidamente, entramos na barricada oposta para que não passemos a fazer parte dos tais "fazedores de ruído", "embora com música"....
Esclarecedor este seu comentário.
EliminarUm abraço.
Este comentário foi removido pelo autor.
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