O corpo e o espírito
À força de viver
fui-me esquecendo da vida
o corpo era apenas o lugar
onde o espírito era obrigado
a acordar e a adormecer
numa sucessão triste
que não influenciava o corpo
pelo caminho assassinei
muitos espíritos
e fui assassinado por outros
numa carnificina espiritual
de que o corpo nunca deu sinais
agora ___ estou
na prisão perpétua do tempo
o corpo e o espírito prisioneiros
mas ainda assim
ando
corro
salto
como
bebo
durmo
amo com o corpo
sem que o corpo dê sinais
da sua clausura
e
sonho
leio
escrevo
ouço
canto
ólho
amo com o espírito
e o espírito aceita
a prisão do corpo
e à força de viver
estou a lembrar-me da vida.
Que bom, um poema com esperança dentro. Um abraço
ResponderEliminarHá dias mais positivos.
ResponderEliminarUm abraço.
Um poema com uma profundidade igual à própria vida.
ResponderEliminarCom um percurso que nos toca. Revemo-nos nele em alguns
momentos.
Um abraço
Olinda
Uma reflexão sobre o corpo e o espírito e a sua relação.
EliminarUm abraço.
Que esplêndido poema, L.!
ResponderEliminarEu, de tão estragada por fora, já só ando , corro, salto e faço malabarismos dentro nos meus sonetos...
Um abraço!
Tem um espírito e um corpo bem vivos. Para estarmos vivos não precisamos de grandes feitos do corpo nem do espírito.
EliminarUm abraço.
Boa tarde Luís,
ResponderEliminarUm poema belo e muito profundo.
Ao longo da vida,vamos tendo essa relação corpo - espírito, numa fusão que nos revigora.
Beijinhos,
Emília
O corpo e o espírito, um deles há-de abandonar primeiro.
EliminarUm abraço.
Absoluta identificação com o final do poema.
ResponderEliminar“e à força de viver
estou a lembrar-me da vida.”
A fotografia enriquece “O corpo e o espírito”
A força de viver, em circunstâncias normais, é uma atitude instintiva.
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