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O meu jardim e o mundo
Voltou o sol
que a chuva tinha apagado
abriram-se os Chorões no meu jardim
perderam o medo da sombra
a situação no mundo não se altera
por haver sol ou Chorões
abertos no meu jardim
os combatentes não ressuscitaram
ou não voltaram às suas casas
não ferveu sopa nas malgas
dos desalojados ou dos sem terra
saltam sombras de telhado em telhado
secam palmeiras contaminadas
morrem peixes aos milhares
suicidando-se nas praias
há sol
e os Chorões abriram-se
perderam o medo da sombra
só os dois Girassois cegos
que tenho no meu jardim
continuam felizes apesar de tudo.
Bom dia
ResponderEliminarBom trabalho, a condizer com a época pascal.
JR
Muito obrigado. Bons festejos.
EliminarO poema e a fotografia são duas pequenas maravilhas, L.
ResponderEliminarE, na verdade, certos tipos de cegueira podem manter-nos razoavelmente felizes por nos não deixarem vislumbrar a realidade.
Há quem faça essa escolha e se torne cego por opção... Ah, também não faltam os que diariamente aconselham esse tipo de cegueira a bem da "elevação" dos humanos humores...
Levei comigo os seus Lampranthus aureus. Um dia destes aparecem por aí, a ilustrar um qualquer soneto meu, depois de devidamente identificado o autor da fotografia.
Forte abraço!
A cegueira de espírito é uma tristeza... como qualquer cegueira.
EliminarLevou as flores e fez muito bem.
Um abraço.
Bom dia Luís,
ResponderEliminarQue lindo!
Tudo continua igual, mas as flores ressuscitaram.
A natureza a oferecer-nos o que tem de mais belo.
Beijinhos ,
Emília
As flores nascem mesmos nos lugares mais tristes e devastados.
EliminarUm abraço.
Eu sou um dos girassóis cegos que tem no seu jardim.
ResponderEliminarPrescindo de chorões.
Poema épico acompanhado de fotografia a primor.
Não acredito nessa identidade que diz ter. Se assim fosse não teria escrito o segundo parágrafo.
EliminarSó dois cegos? Só dois?
ResponderEliminarMas... por onde anda a cegueira deste Mundo?
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(meu jardim
também está assim)
Por enquanto só dois.
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