Abril 50 anos depois
Não sei se sabem
que já não durmo aqui
que já não tenho nome
que as vozes que ouço
são as minhas vozes no passado
não sei se sabem
que o amor é uma montanha verde
sempre em risco de desabar
sobre nós ___ os confiantes
e tudo isto são os efeitos colaterais
da forma como movimentamos
o corpo e o espírito
não sei se sabem
que durmo na mesma madrugada
faz cinquenta anos
e que acordei com um cravo
desolado entre os dedos da história.
Es intenso tu decir y fragil escribir somnolienta,tieben cadencia los versos,fluidez y transparencia.Felicitaciones!!U n abrazo!
ResponderEliminarHola agradezco este primer comentario tuyo.
EliminarLa noche es la paz que nos inspira.
Un abrazo.
Sim, sabemos, por experiência dos tempos vividos.
ResponderEliminar50 anos é uma vida. As flores, se não forem regadas,
murcham. E o amor também, por mais confiança
que tenhamos.
Poema lindo.
Um abraço
Olinda
O receio é que, depois de cinquenta anos, as flores do nosso jardim se encontrem em falência.
EliminarUm abraço.
Invocação de um acontecimento histórico, a revolução democrática portuguesa de 1974.
ResponderEliminarMemória esbatida na mente da maioria dos portugueses.
A juventude ainda não tinha nascido..
Outros eram ainda crianças.
Cravos vermelhos há cinquenta anos.
O cravo preto da aguarela representa a mágoa do poeta pelos 50 candidatos do CHEGA.
Um comentário esclarecido e tocando os pontos exactos.
EliminarVIVA O 25 DE ABRIL!
50 anos é muito tempo
ResponderEliminaros cravos estão esbatidos
e nem o seu aroma guarda...
Querem acabar com os Cravos de Abril.
EliminarBoa tarde Luís,
ResponderEliminarUm poema magnífico e infelizmente tão real!
Os cravos estão a murchar, mas temos que plantar novos jardins!
Aquela manhã de Abril tem que ressuscitar!
Os Poetas, de boa memória, têm os cravos na alma.
Beijinhos,
Emília
Caro Poeta/Pintor/Fotógrafo e Amigo
ResponderEliminar50 anos é tanto tempo.
Que os cravos voltem a ter o aroma desse dia.
E aqui lhe deixo um poema meu que escrevi faz alguns anos.
.
Eram tão jovens
eram tão jovens. ainda tão jovens. em cada dedo traziam um sonho na velocidade das palavras. apenas palavras. traziam em cada dedo cravos rubros, que se perderam no tempo. no destempo de outro tempo sem tempo. era abril dum ano, um outro ano, do ano em que em cada dedo traziam um sonho silente.
sonhos destapados
cravos amputados
cravos em sangue
em mágoa
em raiva
abril de cores desbotado
correndo
célere em precipícios cavados, encontrados
sonhos moribundos
lunáticos - talvez.
eram potros selvagens
eram tão jovens, ainda tão jovens.
© Piedade Araújo Sol 2011-04-25