Foto de Daniel Filipe Rodrigues



Momentos


Como me agito à tua espera

como estremeço à tua vista

como sonho e canto entre o teu peito

como acho que tudo vale a pena

e faço promessas a mim próprio 

de tocar sempre ao de leve

no que me entregas

apenas com a polpa dos dedos

para que nunca te canses 

do peso do meu corpo

tomo-te e dou-me antes

que o mundo acabe

porque ele vai acabar de certeza

num clarão pelo nosso corpo todo 

e tudo o que dizemos nesses momentos 

é numa língua estranha que compreendemos


mas nós não nos importamos com o fim do mundo.



 

17 comentários:

  1. Boa noite Luís,
    Um belo e tocante poema de amor.
    Beijinhos e bom domingo.
    Emília

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    1. Boa noite
      Muito obrigado, agradeço a sua vinda.
      Bom domingo.
      Um abraço.

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  2. Um pouco sem palavras para esse poema, quando não há mais o que dizer
    e a compreensão fica sempre aquém da beleza e excelência dos momentos
    descritos . Um clarão iluminou toda a minha sala . Belissimo, Luís.
    Também faz-me importar nada nada que o mundo acabe :)))

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    1. É belo o seu comentário. Que o mundo acabe é o que acontece todos os dias... de forma bem cruel. Um abraço.

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  3. Uma declaração poderosa de Amor... O Mundo pode acabar de forma brutal... mas se vivermos o Amor em pleno... conseguimos superar tudo...
    Talvez seja optimista demais...mas só assim, podemos viver...
    Beijos e abraços
    Marta

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  4. Todos os dias o mundo vai acabando para quem sofre. O que importa é fazermos de cada instante um clarão de esperança e viver cada dia como se o amor fosse a única coisa que conta.
    Que poema , meu amigo Luís!
    Uma boa semana.
    Um beijo

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    1. Concordo muito com o que deixou escrito no seu comentário. Apenas acrescentaria "viver cada dia como se o amor e a beleza..."
      Boa semana.
      Um abraço.

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  5. Como diria Sebastião da Gama, o segredo é amar. E, contudo, muitos seres humanos não conhecem essa força.

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    1. Nem todos, alguma vez, tiveram um encontro a sério com o amor.
      Um abraço.

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  6. Rogério V. Pereira5 de maio de 2024 às 16:34

    Mais um belo poema intimista
    E, sendo-o
    o Mundo só acaba
    quando a morte se faz chegada
    e o amor acaba

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  7. O acto de entrega, um clarão, como se fosse o fim
    do mundo. O mundo acaba e recomeça sempre
    que esse encontro se verifica.
    Belo!
    Um abraço
    Olinda

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  8. Eu conheci a tremenda força de um amor verdadeiro. Foi por um triz que lhe sobrevivi e a separação impunha-se, mas a morte não o consegue destruir. Curiosamente, a vida também não.

    Confesso, no entanto, que a leitura me conduziu a uma interpretação muito próxima da de Olinda Melo. O que antes escrevi surgiu da leitura do comentário do Rogério que sabe melhor do que ninguém que a morte não mata um grande amor... a menos que ele se refira à sua/nossa própria morte...

    Um abraço, L.!

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    1. Felizes os que conheceram um grande amor embora, quando esse amor acaba, o desgosto seja algo que destrói.
      Também concordei com a interpretação da Olinda Melo.
      Um abraço.

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