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Festa na aldeia


Fim de semana com festa

qualquer que ela seja

tem sobre a mesa

cabrito assado com alecrim

e várias gargantas desinfectadas

prontas para a vozearia

à disputa com o som

dos matraquilhos na garajem

e os gritos e choros das crianças 


que cansaço 


no silêncio da partida

juras de não tornar a acontecer

mas num ano 

tudo volta a dar flor

e lágrimas pelos que faltam


que cansaço 


alguns desistiram com coragem

do carneiro assado com alecrim

alecrim

alecrim

aos molhos.







13 comentários:

  1. Gostei como gosto de ver as festas nas aldeias. A música ficou belíssima! Joguei muito aos matraquilhos mas volta e meia punha a mão onde não devia e vinha com besunto preto:)))
    Beijos e um bom sábado

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  2. "Tocam os sinos na torre da igreja,
    Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
    Na nossa aldeia que Deus a proteja!
    Vai passar a procissão..."
    É assim a Festa na Aldeia. Apesar do
    cansaço há sempre vontade de voltar.
    Vozearia e outros ingredientes não
    faltam.
    Um abraço
    Olinda

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    1. Muitos de nós já tomaram parte nessas festas populares.
      Um abraço.

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  3. Nunca estive numa genuína festa de aldeia, exceptuando uma desfolhada em Barroselas quando tinha os meus nove ou dez anos,

    na herdade dos meus tios Clou e Lólo. O que, pelo contrário, conheço demasiado bem, é o peso dos que nos vão partindo.

    Um abraço e um cheirinho de alecrim!

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    1. Mesmo não tendo estado lá nós sabemos qual o ambiente e a animação, nem que seja porque já vimos na televisão.
      Um abraço.

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  4. Bela discrição de uma festa de aldeia.
    Realista será ou não.
    Nunca estive numa festa de aldeia.
    Joguei matraquilhos no Porto com os meus filhos.
    Fujo de gritos e choros de crianças como o diabo da cruz.
    Adoro alecrim
    Alecrim
    Alecrim
    aos molhos.

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    1. Festas de aldeia que se estenderam a largas camadas do povo. Quando chegam os emigrantes, aí estão elas.

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    2. Eu, emigrante, chego aí nos fins de julho para uma estadia na Praia de Moledo.

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    3. Teresa Palmira Hoffbauer4 de maio de 2024 às 18:44

      Festa é que NÃO.
      Dias de sossego
      sem cabrito na mesa
      sem choro e gritos de criança
      sem matraquilhos
      Banhos no mar e na piscina
      e bons livros 📚

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    4. Uma festa interior num dos lugares, onde já fui muitíssimo feliz.

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