Foto do autor do texto
A memória como uma escultura
A ausência é
um lugar côncavo no sofá
uns quantos cabelos murchos numa escova
uns silenciosos sapatos já sem uso
uma argola sem guardanapo
uma chávena com uma boca impressa
uma caixa cheia de angústias
escritas em papéis soltos
um calendário de dias cansados
com anotações
a ausência está
em todas as coisas que estão presentes
não guardei um rosto depois da ausência
mas tenho uma voz no desfiladeiro da memória
com sonoras promessas
acreditando que o mundo já não acabava
e que tudo se cumpriria
afinal o que fez de nós esta presença comum
de dia atrás de dia até esta surpreendente
manhã de Setembro?
para mim criou apenas uma memória
de pedra como uma escultura.
Sou,
ResponderEliminarfrequentemente
um não-ausente
mesmo quando
não estou presente
Um trocadilho interessante.
EliminarSim a nossa memória é uma autêntica escultura de coisas boas e más e a tua é bastante sofredora. Mesmo assim gostei!
ResponderEliminarBeijocas e um bom dia
Vamos conservando a escultura para que ela resista ao tempo em bom estado.
EliminarUm abraço.
Caracterização perfeita da ausência, na primeira estrofe.
ResponderEliminarTudo nos lembra o ausente, a tal ponto que se torna
numa presença. É a tal escultura de que fala.
Abraço
Olinda
Sem dúvida, uma pedra na nossa memória.
EliminarUm abraço.
Miradas desde mi lente
ResponderEliminarCada cosa de la casa, te puede traer recuerdos, de esa persona.
Un abrazo.
Muchos recuerdos permanecen con el tiempo.
EliminarUn abrazo.
Voz / Promessas / Memórias!
EliminarUm dia a ausência deixará de ser angústia!
Fiquei a pensar nessa manhã de Setembro...
Um dia a ausência será não apenas do ausente mas também daquele que ficou. Num mês e numa hora qualquer.
Eliminar