Foto de Daniel Filipe Rodrigues
Digo um poema
Digo as palavras de um poema
e as palavras que digo são o que respiro
escolho-as para que me cerquem
escolho as que utilizo na partida
e na chegada ao poema
inamovível e temente ao vazio
em que cada uma me possa faltar
faço com elas
um colar vistoso
um lençol quase branco
uns sapatos novos e largos
uma torneira a pingar sede
uma pedra com data escrita
uma carta por abrir
uma chamada dos que faltam
uma resposta credível
uns olhos de cor desconhecida
um filho ___ um coração a bater
um muro entre a vida e a morte
com as palavras que me faltam
hei-de escrever amar
ou hei-de escrever chorar
como se diz numa canção.
Um poema que nos preenche... mesmo que a sensação de vazio perdure....
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
O vazio preenche-nos se darmos por isso.
EliminarUm abraço.
Boa tarde
ResponderEliminarUm poema que denota a solidão e a luta contra ela, a foto de suporte é o espelho do poema.
Gostei bastante.
Boa semana.
:)
Interessante a sua interpretação.
EliminarUm abraço.
Poeta na fronteira entre vida e morte.
ResponderEliminarFotografo encaixa bem um passeio tranquilo à primeira vista.
Os muros são sempre, intencionalmente, uma fronteira.
ResponderEliminar