Foto de Daniel Filipe Rodrigues



Apenas a chuva


Esperei a vida inteira 

encontrar uma fonte

construí com as minhas mãos 

uma concha de barro

para louvar as primeiras gotas

por agora viverei da chuva 

à partida e à chegada


e o tempo vai passando 

e eu a contá-lo

com a espera a concha de barro 

regressou à terra

e eu com as mãos em concha 

à recolha da chuva


é severo esperar uma fonte 

que nos traga um poema

para nos matar a sede

e ter de beber a chuva.



 

16 comentários:

  1. No sul, o estio continua...
    A CM cortou a água nos jardins públicos e agora temos os espaços
    urbanos secos com as canalizações gotejantes a deteriorar-se...

    Lá na minha fonte, tenho um poema... Sem chuva, com mar...
    Talvez goste...
    Abraço afetuoso.
    ~~~

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    1. A água é um bem finito, ainda o mundo assistirá a grande violência pela disputa da água.
      Irei visitar o seu blog. Obrigado.
      Um abraço.

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    2. Tanta verdade neste seu comentário!!! Água a fonte da Vida!!!

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  2. Louvável inspiração poética. Lindo poema que gostei de ler.
    Cumprimentos

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  3. Procure dentro de si, está lá tudo. Um abraço

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  4. El agua es un bien escaso...eso lo sabemos bien, los que vivimos en el Sur.
    Un abrazo.

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  5. Belo! Um pouco nostálgico, inerente a qualquer espera!
    A chuva...
    Um dia fui ao Santuário de Fátima e chovia...
    A chuva caia-me no rosto e eu bebia-a!
    Estava Feliz!
    Penso tantas vezes em voltar a Fátima para viver um momento idêntico!

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    1. Essa sua experiência casa com o texto aqui publicado. O seu comentário valoriza-o.
      Um abraço.

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  6. A imagem é Linda e tão Simbólica!

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