Foto do autor do texto tomada do documentário VIDA SELVAGEM
Fico assim
Sou espectador de mim próprio
assim sendo estou sempre comigo
debaixo d’olho
despenteio-me todos os dias
estou farto do cabelo alinhado
riscos no crânio sem utilidade
nem a beleza
nem o amor
nem a esperança
importam agora __ quanto mais
pentear-me todos os dias
nada altera a fome o frio a morte
com zelo e surpresa vigio-me e
não adormeço com medo de sonhar.
Não sei porquê (ou talvez saiba) ocorrem-me palavras de Saramago:
ResponderEliminar“Eu não gosto de falar de felicidade, mas sim de harmonia: viver em harmonia com a nossa própria consciência, com o nosso meio envolvente, com a pessoa de quem se gosta, com os amigos. A harmonia é compatível com a indignação e a luta; a felicidade não, a felicidade é egoísta.”
Saramago aprofunda a explicação de um estado de espírito que advém daquilo que poderíamos definir com a expressão "está tudo certo na minha vida". Ora, essa situação verdadeiramente não existe, basta sermos lúcidos em relação à situação "do outro" ou da situação do mundo. Compreendo que Saramago vivia, a partir de certa altura, uma vida de "encantamento" mas essa era apenas a sua própria vida. A felicidade existe, mas apenas como um lampejo, uma sensação quase momentânea.
ResponderEliminarUm poema que muito me diz.
ResponderEliminarA inutilidade de certas coisas,
a fome e a sede de outras...
a necessidade de olhar para
dentro de nós...
Um abraço
Olinda
Tem razão. Esse é o exercício que deveríamos fazer.
EliminarUm abraço.
Sonhos até são bons. Maus são os pesadelos. Olhar a foto e sonhar com ela é tudo menos sonho.
ResponderEliminarBelo poema.
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Votos de um Feliz fim de semana.
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Há sonhos que nos deixam mal dispostos ao acordar... como na foto.
EliminarBom fim de semana.
Um abraço