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Encerrei a porta e as janelas da minha casapela primeira vez não sei se voltoreconheço que estou em fuga ___ ficamas minhas sombrasas minhas palavrasecos de gritoschoros e risos de criançasretirei todos os quadros das paredese cobri de panos brancosos móveis sem vidaos meus partiram há muitoa tristeza é uma casa em silêncioe deixar de viver não é apenasdeixar de respirarmorrer é o pó em tudoa roupa amarrotadachá ao jantar e ao amanheceros braços pendidoso passado já não existee no presente não há ninguém
parto em fuga para me reencontrar
com um novo nome ___ assobiando
as malas afinal são leves.
Recomeçar algures num novo sítio? As memórias perduram... mesmo quando enterradas no canto mais escuro da mente....
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Vivemos na ilusão de que se começa alguma coisa de novo.
EliminarUm abraço.
Eu acho que é sempre possível começar de novo, mas é preciso querer e saber fechar portas para abrir outras, a maior parte permanece hesitante, fica nos umbrais ou com portas meio abertas.
ResponderEliminarÉ isso mesmo.
EliminarUm abraço.
Comenzar una vida nueva, ir a un lugar en donde nadie te conoce, conocer nuevas amistades, tener nuevas inquietudes. Un mundo de aventuras, tienes por descubrir.
ResponderEliminarUn abrazo.
Pero seguimos viviendo con nosotros mismos.
EliminarUn abrazo.
Este seu esplêndido poema remeteu-me para um livrinho de Daniel Sampaio, A Arte da Fuga, editado pela Caminho em 1999.
ResponderEliminarEle fala das fugas de um jovem mágico, no sentido literal do termo. Eu, que não sou psiquiatra, apenas consigo acreditar que o som do seu assobio possa aligeirar muitíssimo o peso das malas...
Tenho os meus livros cobertos de pó, mas recuso-me a deixar partir os que habitam a cidade da minha memória.
Há em si um pouco daquele jovem mágico, L.
Forte abraço!
Estes seus comentários são muito interessantes, leio-os com prazer. Por aqui também há muito pó, à noite espero que dêem início a um pó de estrelas... por enquanto não.
EliminarUm abraço.
Podemos partir, ficando.
ResponderEliminarPodemos ficar, partindo...
Pode ser, sim.
Eliminarboa tarde
ResponderEliminarestamos todos em fuga....
de nós mesmos
e nem sabemos
ou não queremos saber
é mais confortavel ...
Boa tarde
EliminarEstou de acordo, chegamos a estar desencontrados connosco próprios.
Bom dia Luís,
ResponderEliminarUm poema magnífico.
No entanto a fuga não resolve o silêncio e a nostalgia das ausências,
porque as memórias perseguem-nos.
Beijinhos e bom fim de semana.
Emília
As ausências são como se nos tirassem uma parte da vida.
EliminarUm abraço.