Um homem cumpremais uma madrugadaem silêncioele dialoga com o medoeste é o seu medo pessoalele sabea sua origeme a sua idadeo homem sabe que se encontracom o seu medotodas as madrugadase só ele podemandar calar o medomas não sabe comoo homem diz em voz altaos vários nomes do medodesgostoimpotênciatraiçãodesamorabandonosolidãoo homem repete as palavrascomo se cantasseapagaram a luzo homem adormecesem resistência.
E foi nessa noite
ResponderEliminarque, sonhando, percebeu
que o medo
não tem nada dentro
O medo tem dentro as palavras que assomam ao pensamento do homem.
EliminarO poema sugere que o homem, após enfrentar e dialogar com os seus medos, acaba por se entregar ao sono de forma tranquila, sem lutar contra isso. Isso pode ser interpretado como um sinal de que ele conseguiu lidar com as suas ansiedades e preocupações, permitindo-se relaxar e descansar. O diálogo com o medo pode simbolizar um processo de autoaceitação e superação, onde, ao confrontar as suas inseguranças, ele encontra paz interior. Essa entrega ao sono pode representar um novo começo ou uma libertação emocional.
ResponderEliminarA fotografia do benjamim é escura e profunda como o medo urbano.
O autor regozija-se com as interpretações dos seus leitores. E agradece a animação que proporcionam neste seu espaço. Tudo pela poesia.
EliminarAo ler novamente a minha interpretação do poema, é interessante notar como a tranquilidade e a aceitação do medo podem ser vistas como um final feliz. No entanto, o que o poeta realmente queria transmitir pode ser mais profundo e complexo. A luta interna, a tensão e a incerteza que permeiam as suas palavras podem sugerir um desfecho mais dramático, onde a serenidade é apenas uma máscara que oculta o tumulto emocional. Essa dualidade entre a paz aparente e o medo latente cria uma atmosfera intensa, revelando que, por trás da aceitação, pode haver um eco de angústia e vulnerabilidade. Assim, o poema convida-nos a refletir sobre a fragilidade da condição humana e a beleza trágica que reside na luta contra os nossos próprios demónios.
EliminarUma análise que aprovo. Refletir também sobre o verso final "apagaram a luz".
EliminarQuem nunca sentiu medo quando, numa noite de insónia, olha pela janela e só vislumbra os contornos negros de tudo o que o rodeia?
ResponderEliminarO medo, tal como a coragem, fazem parte do ser humano.
Quanto à fotografia, apreciada sob o olhar de quem tem/teve um olhar artístico sobre a noite, é digna de figurar numa exposição de arte fotográfica.
Sabe, Luís? O seu filho Bartolomeu tem um quê especial, difícil de de definir, mas que se sente...
Gosto muito dele!
.
Agradeço a gentileza da referência ao meu filho mais novo. Sem querer discordar digo, quem tem mais do que um filho acha que cada um tem "um quê especial"... é o meu caso.
EliminarObrigado
O medo é a forma que o corpo encontra para confrontar com os sinais que o cérebro comanda.Podemos sofrer ou não.
ResponderEliminarQuando as situaçoes são abstratas como a solidão por ex. temos que tentar diminuir a ansiedade e seus motivos.
Concordo com o Rogério_ esse medo de que falas é vazio, basta circular pelo quarteirão e encontrará algo que desfaz todos eles.
Tenho medo da realidade pálpavel ,aquele que pode medir forças comigo. Os outros tiro de letra. rs
Beijnhos, L
É interessante ler as interpretações dos meus leitores. Que agradeço.
EliminarUm abraço.
Boa tarde Caro Poeta/Pintor e Fotógrafo
ResponderEliminarGostei muito deste trabalho poético, e aqui deixo uma análise mais detalhada.
O poema explora a relação íntima e inescapável entre o homem e seus medos, que emergem no silêncio da madrugada. A estrutura livre, sem pontuação rígida, reforça a sensação de fluxo contínuo dos pensamentos, como um monólogo interno em que o medo se torna um interlocutor constante e inevitável.
A repetição da palavra "medo" é marcante, conferindo peso à ideia de que ele é multifacetado e complexo. Os nomes atribuídos ao medo – "desgosto", "impotência", "traição", entre outros – ilustram uma tentativa de nomear e, talvez, controlar aquilo que assombra. No entanto, o poema revela a frustração de não saber "como mandar calar o medo", expondo a impotência diante desse confronto existencial.
O desfecho, com o "apagaram a luz", é profundamente simbólico. A escuridão, que poderia intensificar o medo, parece trazer um alívio paradoxal: o homem adormece "sem resistência". Este acto de entrega sugere uma rendição temporária, onde o sono substitui o confronto consciente com suas inquietações.
É um poema introspectivo, que fala da universalidade do medo e da luta diária para nomeá-lo, entendê-lo ou, ao menos, coexistir com ele. A musicalidade final, na repetição das palavras como um canto, humaniza ainda mais essa batalha interna, tornando-a familiar e comovente.
A foto do seu filho é uma mais valia ao poema, pois é uma foto que calada, fala, e enriquece o seu trabalho poético.
Continuação de bom-fim-de-semana
Cumprimentos literários!
:)
Completo e muito interessante o seu comentário. Leio e releio o que completa a minha análise sobre o que eu próprio escrevi.
EliminarMuito Obrigado.
Um abraço.
Todos temos medos e travamos duras batalhas...às vezes, vencemos, outras perdemos...o medo é poderoso...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
O medo tolhe-nos.
EliminarUm abraço.
Boa noite Luís,
ResponderEliminarBelíssimo poema!
O medo faz parte integrante de todos nós!!
Temos que tentar que se arrede do nosso ser, mas muitas vezes não é fácil.
Beijinhos e bom fim de semana.
Emília
Não é fácil, ele vai... e volta.
EliminarUm abraço.