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O sacerdote levantou a mão direita
e disse
     o Senhor esteja convosco
os crentes baixaram a cabeça 
e disseram 
     e contigo também 
findo o ofício 
todos abandonaram o templo
era dia de feira 
havia vozes e música 
o chão parecia bailar
as vozes já eram gritos
o rumor da terra parou
a poeira filtrou o sol

na pequena aldeia 
estiveram com o Senhor
vinte e três homens
dez mulheres
quatro crianças 
o templo permaneceu intacto
e protegeu o sacerdote.


 


20 comentários:

  1. A Terra a queixar-se das maldades dos homens? A impor a sua vontade...de forma violenta....
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. Um dia de domingo dia de missa.
    o Religioso com o profano
    depois da missa a feira...
    e tudo cumpriu o seu dever ....
    saúde!

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    1. Inevitável a voz da Terra no momento imprevisível.
      Um abraço.

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  3. Bom dia
    E o Senhor está sempre connosco,

    JR

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  4. Tanta agresiones al medio ambiente, que ya la tierra se rebela.
    Un abrazo.

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  5. La Tierra está enojada con nosotros.
    Un abrazo.

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  6. "o templo permaneceu intacto
    e protegeu o sacerdote"
    Difícil para mim encontrar a conexão...
    A Terra rebela-se e encontra forma de
    mostrar o que a tem ofendido nas
    suas entranhas e generosidade?
    E a enumeração precisa de quem estava
    no templo? Dá-me que pensar...
    Abraço
    Olinda

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    1. O que diz no fim do seu comentário é importante "Dá-me que pensar..." esse é um dos objectivos do autor.
      Um abraço.

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  7. Pois a força da Terra, em seu abraço profundo,
    É um lembrete eterno do nosso lugar no mundo.
    Que possamos ouvir, a sua justificação
    Pela maldade e injustiça de preservar a igreja e o sacerdote.

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    1. Perante as leis da natureza ninguém nos salvará.

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    2. A força da terra não preserva ninguém.
      Daí, eu quer uma justificação do poeta.

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    3. O que eu disse antes deste seu novo comentário é a essência do meu escrito. O autor não justifica, o autor deixa a ideia para que o leitor se aproprie dela como bem entender.

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    4. É realmente absurdo exigir justificações da POESIA.
      Como também é absurda a minha indignação com a salvação do sacerdote e que a igreja ficasse intacta.

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  8. Boa tarde Caro Poeta/Pintor e Fotógrafo

    O poema começa com um momento solene e ritualístico, a missa. Há uma separação nítida entre o sagrado e o profano: dentro do templo, um ambiente ordenado, estruturado; fora, a vida fervilha em caos crescente.
    O momento religioso parece ser breve e mecânico— quase automático— com os fiéis respondendo ao sacerdote num ritual já tão habitual que carece de verdadeira entrega espiritual. Depois, ao saírem, encontram uma realidade que cresce em intensidade: feira, vozes, música, gritos, até que tudo parece parar num instante suspenso no ar, marcado pela poeira filtrando o sol.
    O que me intrigou (e intriga, pois deixo no ar muitas questões) neste Poema é o Enigma dos Números. A listagem precisa de pessoas presentes na igreja quebra o tom poético e sugere um registro factual. Mas por quê? O que significa o número?
    23 homens, 10 mulheres, 4 crianças.
    A desproporção entre os grupos é curiosa. Poucas mulheres e crianças, talvez um indicativo de um mundo tradicionalmente dominado por homens? Ou uma alusão a uma comunidade envelhecida, onde há menos crianças?
    O detalhe de que o templo “permaneceu intacto” e “protegeu o sacerdote” sugere que, lá fora, algo ameaçador aconteceu. Mas o quê?
    Possíveis Leituras
    Um ritual mecânico, uma fé vazia?
    A missa ocorre, as pessoas seguem os gestos, mas assim que saem, o mundo continua seu curso. No fim, o sacerdote fica protegido, mas e os fiéis? Foram absorvidos pela confusão do mundo? Há aqui uma crítica à religião como algo que não alcança de fato a vida quotidiana
    Uma tensão entre o divino e o profano?
    O templo resiste, enquanto o exterior parece caótico. Há um contraste entre ordem e desordem, protecção e vulnerabilidade. Mas por que só o sacerdote fica protegido?
    Um evento traumático sugerido? A forma como o “rumor da terra parou” e a “poeira filtrou o sol” dá a sensação de algo abrupto, uma suspensão no tempo, como se um evento grave tivesse acontecido. Mas o poema não o nomeia. Poderia ser um massacre, um ataque, algo invisível mas devastador? A listagem de pessoas lembra um inventário de sobreviventes ou vítimas.
    Até pode ser uma reflexão sobre aqueles que buscam refúgio no divino enquanto o mundo lá fora se desintegra. Ou talvez esteja simplesmente a explorar a ironia de um templo intacto enquanto a aldeia se dissolve na poeira.
    Fico-me com várias interpretações, mas talvez a ideia do Autor seja mesmo essa.
    Deixar o leitor a pensar…e pensar…
    Boa semana.
    Cumprimentos Poéticos
    :)


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    1. Interessantíssimo o seu comentário. Bem interpretado mas com dúvidas, exactamente as mesmas que o autor levanta no seu texto. O número de pessoas que, preciso agora, morreram num sismo, não tem qualquer significado ou relevância para a interpretação do texto.
      Sim, é um objectivo deixar o leitor a pensar.
      Muito Obrigado.
      Um abraço.

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  9. Disse este poema
    a Francisco
    e ele converteu-o em oração

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