Foto de Daniel Filipe Rodrigues



Sou ainda o mesmo que atravessou a tua vida
sem olhar para um lado e para o outro
que bebeu pela tua chávena logo no primeiro dia
que te deixou ver como alimentar uma ave
que dormiu contigo num colchão de palha
que desenhou a tua silhueta para não te esquecer
que beijou um crucifixo para selar a verdade

fui apenas um acaso ocidental
a viver com toda a bagagem no oriente
sem regresso. 


 


10 comentários:

  1. Nem todos deixam marcas na nossa vida...são apenas encontros casuais....
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Pelo menos alguma vez na vida fomos um mero acaso. Só descobrimos muito tempo depois.
      Um abraço.

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  2. Confiança e dedicação sem limites.
    Um abraço
    Olinda

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  3. Podes ser o mesmo mas com marcas do tempo que vai passando sem darmos por isso!
    Beijos e um bom dia!

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  4. La misma persona, pero con más años de experiencia. Eso hace que se tenga una mayor sabiduría.
    Un abrazo.

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  5. Caro Poeta/Pintor
    Neste poema, o autor convida-nos a revisitar um amor ou uma presença passada com uma honestidade desarmante e terna.
    Cada verso é uma memória que se desdobra sem pressa, como quem folheia um álbum antigo. O tom é confessional, quase sussurrado, e carrega a beleza melancólica de quem sabe que certos encontros, por mais breves, deixam raízes fundas. O último verso, com a sua imagem de desenraizamento geográfico e emocional, encerra com sobriedade este pequeno retrato de um “acaso” que, afinal, talvez tenha sido tudo menos acidental.
    Gostei bastante deste Poema.
    A foto do filho está excelente e em sintonia perfeita.
    Continuação de Boa Semana.
    Um Abraço
    :)

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    1. As marcas que certas ocasiões deixam. O seu comentário é esclarecido e valioso na sua interpretação.
      Um abraço.

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