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Eram assim as manhãs de domingoacordar com o sol num quadrado amarelona parte de cima da janela do meu quartoo Pinóquio pendurado do tectosossegado ainda a dormiros risos das crianças dos vizinhosno pátio de trása farinha a fumegar com um desenho a canelaque a minha mãe fazia diferente todos os diasas voltas turísticas ao quintal no meu triciclo azulcom o chapéu de “cóboi” mas de palhaa voz do meu pai a mandar-me comprar gelona fábrica ao fim da rua para o almoço melhoradoa tarde douradana marquise com a minha mãe a ler uma históriapara evitar o meu atletismo no corredora noite de luz mortiçao jantar na cozinha com o romance radiofónicoda Emissora Nacional às vezes com lágrimase depois não me lembro de mais nadaadormecia com o meu gatohoje é domingo de manhã e compreendoque já não haja aqui ninguém neste exílio.
Ficam memórias felizes, a descoberta do tempo e as brincadeiras loucas na varanda, a corrida alucinante nas escadas...e a promessa de um lanche recheado de coisas boas...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Há momentos que nunca se apagam ou até os imaginamos mais coloridos.
EliminarUm abraço.