IA




Nunca te vi chorar
nem mesmo quando te assassinei
a golpes de palavras 

também sem lágrimas conservo 
as cicatrizes na minha paisagem 
como um campo de trigo ondulante

se um dia chorares
deito fogo à seara
e regresso. 



 

11 comentários:

  1. A desilusão, a traição.... e depois o recomeço...
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. O recomeço nem sempre é possível mesmo quando se regressa.
      Um abraço.

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  2. Mas conseguir chorar é muito bom, ontem uma estudante chorou uma hora inteira junto a mim, estava numa tensão incrível e aquilo foi uma descarga. Às vezes também precisava mas não consigo, assim chorar mesmo à séria, não deitar apenas uma lágrima. Mas não deite fogo a nada por favor:)

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    1. A sensibilidade que nos leva a chorar é um um sinal.
      Ardemos um pouco todos os dias.
      Um abraço.

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  3. O poeta aborda a ausência das lágrimas, mesmo após violência verbal, e a preservação das cicatrizes como marcas de experiência. Sugere que, se houver lágrimas, a reação será destrutiva, e o regresso ocorrerá após isso.

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    1. Quem não é capaz de chorar, está prisioneiro do seu monolitismo.

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  4. A ausência de lágrimas nem sempre é frieza, pode ser orgulho ou dignidade...
    Gosto do poema.
    Bom fim de semana.
    ~~~~

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    1. O orgulho mata... aos poucos. Chorar não é indigno.
      Um abraço.

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    2. Agradeço a nota positiva e desejo também um bom fim de semana.

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  5. Boa tarde Luís,
    Por vezes as lágrimas ausentam-se, porque já foram um rio quase sem fim.
    Adorei o poema.
    Beijinhos,
    Emília

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