IA
Numa prisão uma mulher bordaum bibe de criança que ela própria costurouescreve em ponto cruz a palavrasaudadeem fina e azul linha com que escreveo tempo que lhe faltacada ponto é um sorriso do seu filhocada dia é um anoo tempo longo vai tornar o colo inútila mulher embala sem corpo essa saudade.
Olá.
ResponderEliminarTocante o que escreveu.
Um drama enorme, as mães presas que ficam sem os seus filhos.
Resta-lhes abraçar o tempo, costurando a saudade.
Faz tempos, tive uma conversa com amigas sobre a situação das mulheres grávidas, que têm os filhos na prisão.
devia a criança ficar confinada a uma cela mas com a mãe, ou deveria ser afastada e ficar "livre".
Cada uma ficou com a sua opinião, concordando apenas que é um drama sem tamanho.
Deixo abraço e brisas doces, agradecendo a sua "lembrança" por estas mulheres, entre grades**
Mulheres com dramas pessoais e que estão esquecidas pela sociedade. Este é um tempo de desumanização.
EliminarUm abraço.
A saudade como tema num bordado ilimitado... Porque o tempo fica estagnado....
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Para estas mulheres o tempo é mais lento.
EliminarUm abraço.
Bom dia
ResponderEliminarE o bibe serviria também para secar as lágrimas que caíam depois de bordar cada letra.
Profundo como a maior parte dos seus temas publicados .
JR
Caro Joaquim, é como diz. Mulheres a contas com o inferno e que esgotam as suas lágrimas.
EliminarUm abraço.
Este poema é de uma realidade que dói e comoveu-me muito.
ResponderEliminarAbraços e um bom dia
É real, sim.
EliminarObrigado.
Um abraço.
Ao refletirmos sobre esse poema, também podemos pensar nas mulheres que, por diferentes razões, podem estar envolvidas em situações ainda mais complexas e dolorosas, como aquelas que, por acção ou omissão, estão relacionadas a abusos sexuais contra os filhos. Algumas podem ser cúmplices, outras podem estar presas em ciclos de violência e desespero, e muitas carregam uma dor silenciosa que as impede de agir ou denunciar. O poema lembra-nos da profundidade do sofrimento materno, mas também nos desafia a pensar na responsabilidade, na vulnerabilidade e na necessidade de proteção às crianças. Mulheres que, por vezes, podem ser vítimas de circunstâncias extremas, e que, em alguns casos, podem até cometer actos terríveis, muitas vezes carregam uma dor invisível, uma saudade que não consegue ser bordada em ponto cruz, mas que permanece como um grito silencioso por ajuda, compreensão e justiça. Ainda há pouco tempo, um amigo meu alemão defendeu uma mãe que matou o seu próprio filho. Nunca consegui compreender a empatia do meu amigo por essa mulher.
ResponderEliminarTudo o que diz é correcto, é um diagnóstico da doença da nossa sociedade. Nada mudará se a sociedade não mudar o seu carácter. É um facto que o crime existe em todas as sociedades mas, num modo de vida em que se corre atrás dos bens materiais e para o conseguir se passa por cima de tudo, onde o lucro é a mola real da economia, onde as desigualdades são obscenas e se recorre à guerra para conquistar o poder e logo, os mercados tudo vai piorar. O seu amigo defendeu a tal mulher porque, decerto, compreendeu a raiz do delito e as suas motivações, se assim foi, é um homem de coragem.
EliminarO nosso dever é lutar pela mudança.
Um abraço.
O meu amigo não é um homem de coragem, é simplesmente um advogado. Já foi candidato da Esquerda alemã em Düsseldorf. Actualmente, estamos sentados em bancadas diferentes, mas continuamos a ser os melhores amigos de sempre.
EliminarSe foi candidato da esquerda... é um homem de coragem.
Eliminar¿Que delito ha podido haber cometido? para merecer tan gran castigo. Cuando finalice la condena se podrá encontrar de nuevo con su hijo.
ResponderEliminar¡Saludos!
Ella está en prisión después de ser juzgada en el tribunal. Un día vivirás como tu hijo.
EliminarUn abrazo.
Emocionante!
ResponderEliminarUm pequeno conto poetizado com muito talento.
Um abraço.
~~~~
Muito obrigado, a sua opinião é estimulante para o autor.
EliminarUm abraço.