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A memória 
é uma cafeteira de água a ferver

lembro-me de tudo

da ninhada de gatos debaixo do meu sono
do aroma provocador dos bolos na fábrica das traseiras 
do azul em construção em frente da minha varanda
do pequeno caixão branco que ajudei a passo lento
do rio entre mim e a cidade um imenso mar 
dos domingos e do sol que os pais nos ofereciam

lembro-me de mim como se tivesse existido 
e já soubesse agora quem sou. 

 




5 comentários:

  1. As memórias moldam-nos...fortalecem-nos....ajudam-nos a lutar....Mas também podem ser o reverso....e apagar toda a nossa existência...
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. Gostei muito embora a minha memória já não é o que era.
    Beijos e um bom dia

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  3. Bom dia Luís,
    Um poema belo de memórias que jamais se esquecem.
    Memórias que se mantêm vivas dentro de nós.
    Beijinhos,
    Emília

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