Foto do autor do texto



Não me deixem só 
mesmo que eu peça para ficar sozinho

não me deixem no escuro
mesmo que eu diga que pouco me importa
que seja dia ou que seja noite

não me brutalizem com palavras
mesmo que eu diga que só ouço o que quero

não me fechem a janela
mesmo que eu diga que não me interessa 
ver as borboletas 

eu importo-me com tudo e comigo
mesmo quando encolho os ombros

não me tirem o papel e o lápis 
deixem-me escrever o poema. 


 


16 comentários:

  1. O poema que se escreve com a alma...poderoso, amante, sensual, dinâmico....
    Beijos e abraços
    Marta

    ResponderEliminar
  2. Curiosa leitura, a da Marta Vinhais... ou a minha, que é infantil e absolutamente literal e me arrepia a alma, como se fosse eu a ameaçada pela solidão, pela escuridão, pelo insulto, pela impossibilidade de ver as borboletas e pela ausência de lápis e papel...

    Um forte abraço, L.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Confesso que o escrito pode corresponder a um momento de fraqueza do autor.
      Um abraço.

      Eliminar
  3. Caro Poeta/Pintor
    Um poema que fala baixinho, mas ecoa fundo.
    Entre a vulnerabilidade disfarçada e o grito silencioso, há uma verdade que reconheço bem.
    Por vezes, dizemos o contrário do que sentimos, e a poesia vem dizer por nós o que o orgulho ou o medo calam.
    Obrigada por dar voz a esse pedido velado de presença.
    Que o papel,e o lápis nunca lhe falte...nem as borboletas.
    Boa semana com saúde e Poesia.
    Sempre...
    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Interessante e completo o seu comentário. É um contentamento que um leitor/a se identifique com a mensagem do escrito do autor. A fala não caiu em "saco roto" digo eu.
      Muito Obrigado, saúde também para si.
      Um abraço.

      Eliminar
  4. O poeta revela a sua fraqueza na vulnerabilidade de pedir ajuda e na insegurança da sua própria sensibilidade, simbolizada pelo lápis da fotografia, que representa a sua fragilidade e o desejo de expressão.

    ResponderEliminar
  5. Una cosa es lo que se expresa con palabra y otra lo que se siente en el interior del corazón.
    Un abrazo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Estoy completamente de acuerdo, no siempre es posible decirlo todo.
      Un abrazo.

      Eliminar
  6. Gstot muito quando vens assim entregue ... romântico e pedinte. risos
    Bonito, L deixo-te tudo _ escreva-nos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Com a poesia podemos dizer tudo, alguém nos ouvirá.
      Um abraço.

      Eliminar
  7. "Y cómo huir cuando no quedan islas para naufragar" (Joaquín Sabina)
    Borboletas causan furacoes...

    ResponderEliminar
  8. Vulnerabilidade confessada é sempre aquele grito baixinho, assim li o poema e ficou a ecoar.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ganha-se coragem e depois... já não é possível voltar atrás.
      Um abraço.

      Eliminar