Imagem de ChatGPT


Tornei-me consciente 
do que foi e do que é 
o tempo
o nevoeiro das manhãs 
a partida das andorinhas
o aromas das castanhas assadas

estou reservado e em sossego
a ignorar o tempo que foi
a desafiar o tempo de agora
só não quero ficar
como aquele homem
naquela mesa
em mangas de camisa
e de suspensórios 
a suspender lentamente
uma colher de sopa junto à boca. 


 


16 comentários:

  1. O tempo que inventámos, as estações com os seus cheiros e sabores.
    Quando já não pudermos degustá-los melhor será inventar outra forma
    de estar.
    Um abraço
    Olinda

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  2. Temos que continuar a desafiar o tempo...apesar de tudo... estamos vivos com outros desafios...
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. O poema trabalha a consciência do tempo — passado, presente e a percepção sensorial que acompanha cada uma dessas frentes temporais. O nevoeiro das manhãs, o aroma das castanhas assadas e a partida das andorinhas acionam memórias e constroem uma ponte entre o que foi e o que é.

    O poema articula uma memória sensorial para enfrentar a consciência do tempo, contrapondo o passado ao presente, e conclui com uma imagem de resistência estética diante da passagem inevitável.

    E “aquele homem naquela mesa, em mangas de camisa e de suspensórios, a suspender lentamente uma colher de sopa junto à boca” é uma figura estática que tenta manter a dignidade diante do tempo que passa.

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    1. O seu comentário é completo e esclarecedor. O autor concorda com a sua interpretação.
      Obrigado pelo tempo que dedicou ao meu escrito.

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  4. Se as pessoas soubessem o dia de amanhã versus futuro os velhotes eram ainda mais abandonados sem dó nem piedade e já disse aos meus que se me der a travinha não quero qualquer tratamento evasivo apenas que me tirem as dores e deixai-me partir! O meu pai sofreu um enfarte do miocardio foi socorrido e há terceira desfibrilhação mandei parar e partiu em paz!
    Gostei da foto!
    Beijos e um bom domingo

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    1. Não sabemos o que nos está reservado, aliás, a forma como chegará a nós o que nos está reservado.
      Bom domingo.
      Um abraço.

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  5. um poema que nos envolve numa atmosfera de melancolia serena , como se fosse uma premonição da passagem inevitável do tempo. gostei muito da forma como a imagem final, tão simples e quotidiana, se transforma em símbolo forte e inquietante.
    Imagem bem imaginada pela IA...
    feliz domingo....

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    1. Gostei do seu comentário. A imagem não foi imaginada pela IA, eu imagino a imagem e peço a sua realização à IA enumerando os pormenores. Nem sempre ela consegue fazer o que eu lhe descrevo.
      Um abraço.

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  6. El paso del tiempo pasa factura, ya no es el joven que era incansable y se quería comer el mundo. Ahora anda con pasos lentos y ahora vive de la pensión que le dejó sus años de trabajo.
    Un abrazo.

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  7. A propósito do assunto, se puder veja o filme " O último azul".

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    1. Vi o anúncio ao filme e interessou-me. Muito obrigado pela sugestão.
      Um abraço.

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  8. Es tan descriptivo que me llega a entristecer....
    Muy bueno, Nubes.
    Hay una nueva entrada en mi blog.
    Feliz día

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