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Encontrei um poema
caído à minha porta
já era inverno
chovia à volta da minha casa
o poema abandonado
quase não respirava
encharcado pendurei-o
no meu estendal
foi pingando letras
que caídas na terra
germinaram em novas palavras 

papoilas rubras
num novo poema que vivendo
respirou na minha boca.


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10 comentários:

  1. POEMA simples, porém sugestivo, fala de um encontro quase mágico entre algo inanimado (um poema) e o ambiente: inverno, chuva, um objecto que quase não respira. Poema encharcado pendurado no estendal. Letras pingando e germinando em palavras novas. Papoilas rubras surgindo, símbolo de vida e transformação.
    Conclusão: O poema celebra a ideia de que a leitura e a experiência criativa dão vida nova aos versos. O inverno e a chuva não extinguem a poesia; eles a renovam, abrindo espaço para que se manifeste de forma fresca e colorida, como papoilas rubras que brotam na boca do eu-poético.

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  2. A chuva é uma boa musa...para poemas que parecem estar abandonados.... porque um dia vivem novamente....
    Numa papoila... num arco-íris... as palavras vibram....
    Beijos e abraços
    Marta

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  3. Boa tarde Caro Poeta/Pintor
    Um poema delicado e cheio de vida .
    Transforma a imagem da escrita em algo quase orgânico, que respira, germina e floresce.
    A metáfora do poema encharcado que renasce em papoilas rubras é simplesmente encantadora.
    Há nesta composição a magia de quem entende que as palavras também têm alma.
    Muito belo!
    Semana cheia de saúde e Poesia.
    Deixo um abraço carinhoso.
    :)

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    1. Apreciei o seu comentário e estou de acordo com a leitura que fez.
      Muito Obrigado.
      Um abraço.

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  4. Desta vez não me prendi na poesia mas sim nas pinturas que estão no jornal preferido da minha filha! Todos os meses aparece por aqui um e ela recomenda-me a leitura porque diz ter outras versões dos acontecimentos e assuntos que não são falados noutros meios de comunicação social. E as suas pinturas estão mesmo ali?!

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    1. Sim, duas das minhas pinturas estão mesmo ali, uma na capa e outra na página 4, fazem parte da minha exposição no Seixal.
      Estou de acordo com a sua filha, este jornal vale a pena.
      Um abraço.

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  5. Reconheci as suas pinturas no jornal que amanhã tentarei ler, se não chegar demasiado cansada de duas consultas, L.
    Levo comigo a memória mágica do poema encharcado que encontrou caído à sua porta... Hoje entrou-me um meio maluco pelo corpo adentro e não pude resistir-lhe, mas já fiz muitas asneiras à conta desta minha publicação...

    Um forte abraço!

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    1. É sempre bem vinda. A Maria João já identifica os meus trabalhos.
      Desejo-lhe as melhoras para poder ter as suas visitas e as suas publicações.
      Um abraço.

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