O sono não chega. 
Talvez de barriga para o ar me cheguem os sonhos. 
Mas não, 
a perna esquerda tem formigas. 
Talvez de lado para a direita me cheguem ideias e as esqueça. 
Mas não, 
sinto o braço direito a mais. 
Agora sobre a esquerda, talvez me esqueça da insónia. 
Mas não, 
tenho o braço esquerdo a mais. 
Pouco importa, não tenho ninguém à espera 
e eu não espero por ninguém. 
Fico aqui, os meus passos não deixaram marcas. 
Desisto, desisto
e acordo sem ter dormido.


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