Tinha um livro nas mãos
e olhei-as.
Tantas rugas, muito engelhadas
um rendilhado de memórias e trabalho.
Como é possível ter chegado a isto
eu que ainda sou tão novo?
Sou novo desde sempre
e aos setenta já estou assim.
Do que estas mãos se lembram
e o que sabiam dizer
quando encontravam as tuas,
estremeciam.
Agora que estão esquecidas
ainda estremecem de saudade
e eu fico contente porque estão vivas.
Ainda sou tão novo, ainda tenho tempo
posso esperar
talvez tu voltes.
Não aprecio quem fale pelos cotovelos
ResponderEliminarMas falar pelas mãos
(porque essa fala não mente)
é como se ouvíssemos
em testemunho directo
tudo o que as mãos terão feito
e nem são necessários gestos
Gostei do seu comentário. Obrigado. Boa noite.
EliminarPelos dedos falo há mais de doze anos. Rugas, ainda não muitas, mas... as cãibras já não me permitem pegar num livro durante muito tempo e os olhos já não me servem para o ler. Mas ainda consigo escrever e quero fazê-lo até ao fim. Não perderei um segundo à espera seja de quem for. O que me sobra em dor física vai-me faltando em tempo.
ResponderEliminarAbraço
Muito obrigado pelo seu comentário. Desejo que tudo lhe corra pelo melhor.
EliminarAs mãos que estremecem pela recordação do afecto e da saudade nunca envelhecem. Guardam os desejos mais íntimos e nunca estão vazias.
ResponderEliminarLindíssimo poema!
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Muito obrigado pelo amável comentário. Desejos de saúde, também.
EliminarGostei do poema mas acho que o sujeito do mesmo devia ter sido o livro e não as maos
ResponderEliminarFaria mais sentido
😊
Muito obrigado pelo seu comentário, tomo em conta a sugestão. Muito obrigado.
EliminarThanks for your visit.
ResponderEliminarE eu fico contente por poder imaginar este poema, manuscrito, no dorso das suas mãos poisadas no livro aberto.
ResponderEliminar:)
Obrigada!
Obrigado pelo comentário e pela situação que imaginou.
EliminarVolta pois.
ResponderEliminarSe não voltar de uma forma, volta de outra.
Na memória (boa).
:)
Passamos a vida à espera. Obrigado pela visita.
Eliminar