Cabo da Roca
Invento que sou solitário
Invento as minhas mãos
Invento que estão marcadas
Invento olhares furtivos
Invento desejos absurdos
Invento carícias fatais
Invento vozes cantando
Invento desgostos antigos
Invento uma verdade desconhecida
Invento uma força perdida
Invento uma realidade irreal
Invento com cores desconhecidas
Invento uma serôdia nostalgia
Invento que me obrigo a viver
Invento que não me interessa o passado
Invento que não me interessa o meu corpo
Invento que tenho alguém à espera
Invento listas de desejos, inacabadas
Invento a alma de um poeta desaparecido
Invento desassossegos que me desassossegam
Invento o fim das dores
Invento um nevoeiro claro
Invento que estou em paz
Invento, invento, invento
para me reinventar.
Resumindo: razão tinha Pessoa, outro poeta fingidor...Todos o são, afinal.
ResponderEliminarQue consiga inventar uma nova forma de ser, de estar e que seja feliz ao reinventar-se.
Gostei deste estilo corrido, repetido e com um final muito interessante.
Boa Noite e Parabéns. :)
Muito obrigado pelo comentário sempre simpático e divertido. Sobre a aguarela nada disse, terá passado despercebida?
EliminarBoa Noite
De facto não me passou despercebida, mas tive uma certa relutância em lhe fazer referência.
EliminarAinda não conheço bem as suas reações e receio melindrá-lo.
Então cá vai: Acho esta aguarela com traços menos firmes do que as anteriores.
Como se ainda se não sentisse muito seguro.... Por certo será impressão minha.
Fique bem.
Eu dei por isso, daí a minha pergunta. Não fico nada melindrado e tomo boa nota da sua observação. Não se esqueça da frase que está no cabeçalho do meu blogue "A verdade não é o que tu dizes é o que tu pensas" por isso o que vale é dizer a verdade e nem sequer ficar calado.
EliminarObrigado pela sua explicação que muito prezo.
Boa Noite
Bom Dia!
EliminarEntão, se a verdade não for o que digo e sim o que penso, ao verbalizar o meu pensamento - como sugere - estarei a falar verdade ou a mentir?
Acho que acabei por me deparar com uma encruzilhada...e agora?
:-)
Acho que está a falar verdade visto que teve relutância em fazer a crítica mas depois foi capaz de dizer o que pensou. E eu agradeço.
EliminarA exploração exaustiva do verbo na loucura criativa da poesia
ResponderEliminarGostei
Muito obrigado pelo seu comentário sempre interessante.
EliminarBom Dia
Todo o poema, de que gostei, é uma anáfora.
ResponderEliminarExcelente, a aguarela do Cabo da Roca.
Abraço, L.
Agradeço muito o seu comentário que é de alguém que "sabe da poda" como se costuma dizer. Sobre a aguarela, também o meu agradecimento.
EliminarBoa Tarde, Boa Noite, etc. sempre bom.
Vou aqui deixar-lhe um agrado
ResponderEliminarum pouco baseada no seu poema
para quando regressar ao blogue
ficar mais animado...
É preciso acabar com a solidão
É preciso que demos a mão
É preciso remover cicatrizes
É preciso olhares felizes
É preciso desejar e possuir
É preciso carícias sentir
É preciso cantarmos em uníssono
É preciso não remoer o passado
É preciso conhecer a verdade
É preciso ter força de vontade
É preciso descobrir um sonho real
É preciso chover para o arco-íris brilhar
É preciso deixar a saudade passar
É preciso viver e deixar viver
É preciso, preciso, preciso
haver complacência
com a escassez de sapiência
entremeada de improviso.
E pronto, agora vou ali esconder-me, cheia de vergonha...
Não precisa de ter vergonha, eu também tinha acanhamento em vir mostrar estas coisas escritas e agora aqui ando, com agrado e que se deve à simpatia dos que me visitam.
EliminarGostei bastante da originalidade da sua mensagem.
Até logo e obrigado.
Aqui neste blog a Janita é a nossa menina-de-ternura-cor-de-rosa. Sem si faltava doçura ao mundo.
Eliminar:)
Oh, Sinuosa, que coisa mais amorosa de ler e sentir...." menina-de-ternura-cor-de-rosa.".
EliminarLevou-me às lágrimas. Muito obrigada!
A si, que sinto não vai recusar, deixo um beijinho grato.
Beijoca :)
EliminarEu gosto das pinceladas verdes das copas das árvores. Há figuras e até um gato (abaixo das duas janelas da direita).
ResponderEliminarInventemos!
:)
Como é interessante o olhar dos outros e de cada um. Acho que encontrei a silhueta do gato. Apareceu sem eu querer e agora já não sai dali.
EliminarMuito obrigado por estes comentários tão interessantes.
Até logo.
Gostei do texto e também da aguarela. No entanto, gosto mais de aguarelas menos definidas, do género " Sintra Romântica " que acho lindíssima!
ResponderEliminarAprendi contigo que "menos é mais ". Parabéns pela inesgotável criatividade.
Obrigado por ficar aqui o registo do teu louvor. A fórmula "menos é mais" não é válida para a nossa entrega ao outro que é o nosso outro.
EliminarObrigado
Fiquei sem palavras.... Concordo contigo. Beijinho.
ResponderEliminarAchei a tonalidade da aguarela lindissíma .
ResponderEliminaro poema seduz mas sou da mesma opinião da Maria João (comentário acima)
E deixo os meus paraéns pela sintonia da postagem.
:)
Agradeço a sua visita e as suas palavras sempre amáveis.
EliminarObrigado