A minha memória é fraca
nada do que me dizes retenho
nem um antigo soluço de espanto. 
Nada do que te digo retenho, 
esqueço até que cheguei a ter
uma semente silenciosa
a germinar no meu peito. 

A minha memória aos gritos
enfatiza as palavras apertadas
que nunca fizeram caminho
e que acabaram por devorar o silêncio. 

Já nem me lembro bem do assombro
das minhas mãos nos teus seios.



14 comentários:

  1. Prazer em conhecer seu blog.
    Boa continuação de semana.

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  2. A memória como solução falível para a nossa existência.
    Gostei

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  3. Gostei muito, as memórias vivem para sempre até ao fim dos nossos dias .

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  4. "" A minha memória aos gritos
    enfatiza as palavras apertadas
    que nunca fizeram caminho
    e que acabaram por devorar o silêncio."
    .......
    Li e fiquei em silêncio perante tanta beleza poética

    Cumpriumentos"

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    1. Eu agradeço muito a sua amabilidade. Fico contente com a sua visita.
      Boa Tarde.

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  5. Muito interessante esta sua poesia, temos algo em comum, a nossa memória é fraca. Meus parabéns pela poesia.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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    1. Muito obrigado pela sua visita e pelo seu comentário.
      Visitarei o seu blogue.

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  6. Mesmo que não nos lembremos, sabemos que foi assim porque não poderia ter sido de outra maneira.
    Os seios das suas mulheres são muito parecidos com os olhos dos homens.
    :)

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    1. Nunca tinha reparado na característica do desenho. Obrigado pelo comentário que prezo muito.
      Boa Noite.

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  7. Caro Poeta

    às vezes basta um olhar para inspiração, outras vezes
    uma palavra, ou um verso
    peço imensa desculpa se não concordar, mas escrevi isto agora assim de improviso
    se não se importar, depois publicarei no meu espaço dizendo a fonte de inspiração
    ..

    A minha recordação é frágil,
    já não detenho quase nada do que proferes,
    nem tão-pouco um esboço do teu olhar claro.

    Já não guardo o que te prometi
    nem a agenda tem sequer o teu nome
    louca de mim, eu calei-me e dentro do meu silencio
    acorrentei e só plantei utopias
    pensei que um dia
    bastava esperar o vento
    que me traria as sementes
    E apenas acabei por colher silêncios.

    Que me destroem vagarosamente,
    Já nada retenho, mas, lembro como se fosse hoje,
    a ternura com que me pegaste ao colo,
    naquele outro tempo,
    naquela outra cidade,
    onde a chuva caía mansamente,
    sobre a mansarda…

    ©Piedade Araújo Sol 2020-09-21

    Boa semana.
    Beijinhos!
























































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    1. Gostei muito e sinto-me honrado por algo aqui a ter inspirado. Fará bem publicar no seu blogue.
      Muito Obrigado.

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